MARSELHA (Reuters) – Vários milhares de pessoas marcharam em Marselha neste domingo em apoio aos palestinos, pedindo um cessar-fogo em Gaza, incansavelmente bombardeada por Israel em retaliação ao sangrento ataque do Hamas há um mês.
A demonstraçãoa pedido de um coletivo de associações, partidos ou sindicatos, reuniu 2.700 pessoas à tarde, segundo a sede da polícia.
“Existem milhares de nós!” disse um dos organizadores à multidão, acima da qual flutuavam muitas bandeiras palestinas, quando não estavam penduradas nos ombros dos manifestantes.
“Filhos de Gaza, filhos da Palestina, é a humanidade que está a ser assassinada”, “Libertem Gaza, libertem a Palestina”, gritavam os participantes, que denunciavam “um genocídio”.
Os slogans ecoados pela multidão também proclamavam “Sionistas, fascistas, vocês são os terroristas”, “Israel assassino, Macron cúmplice” ou “A Palestina vencerá”.
“A Palestina vai vencer, exige que haja um vencedor. Mas procuramos a paz e um cessar-fogo”, comentou Kaci Djebar, presidente de uma associação cultural e desportiva de argelinos em Marselha, que teria preferido “uma manifestação silenciosa” para melhor transmitir a gravidade do momento.
9.488 mortos
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, um ataque de violência e escala sem precedentes desde a criação de Israel em 1948, que deixou mais de 1.400 mortos em Israel, principalmente civis, segundo as autoridades israelitas, o governo de Benjamin Netanyahu prometeu “aniquilar” este movimento palestino. As operações israelenses deixaram 9.488 mortos, principalmente civis, incluindo 3.900 crianças, segundo o Hamas.
Outras manifestações pró-Palestina teve lugar no sábado no sudeste, em particular em Nice e Montpellier.
Sobre a marcha em Montpellier, que reuniu 1.750 pessoas segundo a prefeitura, o prefeito de Hérault François-Xavier Lauch denunciou domingo em publicação sobre “pedido de desculpas por um ato de terrorismo”. O prefeito anunciou que contactou o procurador de Montpellier, lamentando que “os compromissos” dos organizadores “para evitar este tipo de comentários (…) não tenham sido cumpridos”.
Num vídeo difundido pela Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo (Licra), podemos ouvir um activista que, no final da manifestação, descreve, ao microfone, o atentado de 7 de Outubro como um “acto de resistência” e de “ato heróico” e afirma que “na realidade, o ato de 7 de outubro é o bater de asa de uma borboleta”.
Num comunicado de imprensa, o senador socialista Hérault Hussein Bourgi também indicou que iria tomar medidas legais após estas declarações, enquanto Licra disse esperar que “este pedido público de desculpas ao terrorismo não fique sem uma resposta legal”.
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