LISBOA (Reuters) – Portugal viveu uma calmaria na frente de incêndios na manhã de quinta-feira, depois de declarar “sob controle” o grande incêndio florestal no parque natural da Serra da Estrela, no centro do país, enquanto a chuva enfraqueceu dois grandes incêndios na região espanhola de Valência.

“O incêndio está controlado, mas não está extinto. Há todo um trabalho de consolidação que continuará nos próximos dias”, disse o comandante da proteção civil portuguesa, Miguel Oliveira, na noite de quarta-feira à rádio TSF.

“É sempre possível e muito provável que haja novas reativações, mas esperamos que não tomem proporções preocupantes”, afirmou.

Perto de um milhar de bombeiros ainda estavam mobilizados na manhã de quinta-feira no terreno, segundo informações da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Depois de ter sido controlado pela primeira vez na semana passada, o fogo voltou a reacender na segunda-feira, alimentado por ventos fortes.

Este incêndio, que deflagrou no dia 6 de agosto no coração deste parque natural reconhecido pela UNESCO, é o mais importante deste verão em Portugal.

Deixou em fumaça cerca de 25 mil hectares de floresta nesta cordilheira, culminando em cerca de 2 mil metros, segundo estimativas ainda provisórias.

Portugal, que este ano vive uma seca excepcional, espera uma nova onda de calor a partir de sábado. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê uma subida gradual das temperaturas até setembro, que deverão ser “mais quentes e secas” do que o normal.

Desde o início do ano, cerca de 92 mil hectares viraram fumaça ali, a maior área desde os incêndios mortais de 2017 que causaram cerca de uma centena de vítimas, segundo o último relatório do Instituto de Conservação da Natureza. natureza e florestas.

Em Espanha, a chegada da chuva e, com ela, a descida das temperaturas, abrandaram consideravelmente dois grandes incêndios que atingiram a região de Valência (sudeste), saudaram quinta-feira as autoridades e os serviços de socorro.

“Finalmente, uma boa notícia: a chuva e a descida das temperaturas permitiram conter o incêndio no Vall d’Ebo”, tuitou na noite de quarta-feira o presidente da região valenciana, Ximo Puig.

“Ontem à noite, o incêndio de Bejis evoluiu positivamente com a descida das temperaturas e a precipitação (…), temos poucas chamas visíveis”, voltou a comentar na manhã de quinta-feira na rádio Cadena Ser, esperando que quinta-feira “seja o dia decisivo para pôr fim a estes incêndios”.

Os serviços de urgência da região, 112, também confirmaram que os aguaceiros que registaram “entre 14 e 20 mm de chuva reduziram as chamas até quase desaparecerem em todo o perímetro”.

Entre eles, os incêndios de Bejis e Vall d’Ebo devastaram quase 25 mil hectares e forçaram a evacuação de cerca de 3 mil pessoas.

Segundo os cientistas, o aquecimento global aumenta a probabilidade de ondas de calor, bem como de secas e, por sua vez, de incêndios.