TOULOUSE, 19 Abr (Reuters) – A empresa Spanghero, implicada no escândalo da carne de cavalo rotulada como “beef”, anunciou nesta sexta-feira que foi colocada em liquidação compulsória, com continuação da atividade por um período de três meses, a fim de encontrar um comprador.

A empresa de Castelnaudary (Aude), que emprega cerca de 300 pessoas, informou em comunicado ter sofrido uma quebra de 50% no seu volume de negócios devido à redução ou suspensão de encomendas dos seus clientes e distribuidores.

Apesar de uma mudança de administração (ver ) e “todos os esforços financeiros, comerciais e administrativos concebíveis”, Spanghero foi colocado em liquidação compulsória pelo Tribunal Comercial de Carcassonne.

“Este resultado é doloroso para todos nós”, disse Barthélémy Aguerre, presidente do conselho de administração da empresa, no comunicado à imprensa. “Medimos as consequências sociais para os funcionários, mas o máximo já foi feito para reverter a situação da empresa”.

A nota de imprensa especifica que caberá ao administrador judicial pôr em prática um plano social de adequação do emprego ao nível de atividade.

Em fevereiro, Spanghero era suspeito de ter vendido 750 toneladas de carne de cavalo após a descoberta de cavalo em pratos cozidos rotulados como “carne” em vários países europeus, mas nos quais a França é o mais afetado. (ver )

A empresa anunciou pouco depois o abandono da atividade comercial para se voltar a focar nas atividades de corte, preparação de carne e fabrico de produtos à base de carne.

A direção se defendeu da fraude deliberada no caso e alegou boa-fé novamente em março, depois de admitir ter 57 toneladas de carne ovina congelada, proibida de vender por causa do processo usado para separar a carne da carcaça. (Jean Décotte, editado por Yves Clarisse)