Fernando Santos deixou o cargo de seleccionador nacional de Portugal, anunciou esta quinta-feira a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), cinco dias depois da eliminação da Seleção nos quartos-de-final do Mundial de 2022, frente a Marrocos (1-0). As duas formações chegaram a acordo “para terminar o percurso de grande sucesso iniciado em setembro de 2014”, segundo a FPF, cuja direcção “vai agora iniciar o processo de escolha do próximo seleccionador nacional”. Ela disse em um comunicado.
“Saio com um sentimento de imensa gratidão. (…) Quando você lidera um grupo, você tem que tomar algumas decisões difíceis. É normal que nem todos estejam satisfeitos com as escolhas que fiz”, disse Fernando Santos num vídeo publicado no site da federação.
José Mourinho, o circuito privilegiado
O treinador português, de 68 anos, afirmou no passado sábado, após o último jogo do Mundial, que não pretendia sair, mas a imprensa local garantiu desde então que os dirigentes da FPF queriam encurtar o seu mandato, que duraria. até Euro 2024.
A informação é do jornal esportivo Record., José Mourinho seria o circuito prioritário da federação, que estaria mesmo disposta a substituir o Santos por interino para permitir que o treinador da AS Roma terminasse a época no clube italiano. Questionado pelos jornalistas pouco antes da formalização da saída do Santos, à chegada ao sul de Portugal para um estágio na Roma, Mourinho não quis comentar.
Os treinadores portugueses Rui Jorge (sub-21), Abel Ferreira (Palmeiras), Paulo Fonseca (Lille), Rui Vitória (treinador do Egito) e Jorge Jesus (Fenerbahçe) também estão entre os potenciais candidatos mencionados pela mídia.
Um mandato e dois títulos
Fernando Santos deu a Portugal os primeiros grandes títulos da sua história: o Euro-2016 realizado em França e a conquista da Liga das Nações de 2019 em solo português. Mas o carrancudo treinador, próximo de Cristiano Ronaldo desde a estreia com cinco Bolas de Ouro no Sporting Portugal, é também o responsável pelas eliminações nos oitavos-de-final do Mundial 2018 e do Euro 2020.
Seus adversários criticaram principalmente seu estilo de jogo excessivamente realista, o que impediu a Seleção de se beneficiar do surgimento de uma nova geração de jogadores talentosos. Depois, a meio do Mundial de 2022, acabou por ficar com Ronaldo e saiu do banco no início da vitória dos oitavos-de-final sobre a Suíça (6-1), depois de mostrar o seu desagrado pela substituição feita no jogo anterior.
O impasse entre o treinador e o seu capitão surgiu no final de uma série de polémicas em torno do “CR7”, que se separou do clube do Manchester United a meio do Mundial, atrapalhando necessariamente o rumo de Portugal.
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