Ex-primeiro-ministro José Sócrates vai recorrer do seu encaminhamento para julgamento por corrupção

O ex-primeiro-ministro português José Sócrates em Lisboa, em 9 de abril de 2021, antes de comparecer em tribunal no caso de corrupção conhecido como Operação Marques.
PATRÍCIA DE MELO MOREIRA/AFP

José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal de 2005 a 2011, vai recorrer da decisão do tribunal de julgá-lo por corrupção, além de branqueamento de capitais e fraude fiscal, disse esta sexta-feira, 26 de janeiro. “É uma grande decepção… não concordo nada com isso”disse à AFP o ex-chefe do governo socialista, especificando que “irá recorrer” desta decisão tornada pública quinta-feira pelo Tribunal da Relação de Lisboa.

José Sócrates contesta nomeadamente a decisão de manutenção do crime de corrupção, embora em 2021 tenha beneficiado do arquivamento desta acusação. “foi derrotado durante a fase de investigação” E “considerado fantasioso pelo juiz”então isso para mim “Ela é imparável”explicou o ex-líder político.

“Luta contra o sistema jurídico”

A data do julgamento deste caso, que envolve cerca de vinte suspeitos, incluindo José Sócrates, que será julgado por um total de 22 crimes, ainda não foi anunciada. “Não sei se o meu recurso tem efeito suspensivo”indicou José Sócrates que também apresentou queixa contra o Estado português em 2017 por causa de “inércia” deste caso e “repetidas violações da confidencialidade da investigação”.

“Não tenho notícias sobre esta reclamação”', lamentou, acrescentando que era ele quem mandava “uma luta contra o sistema jurídico”. O antigo líder político, hoje com 66 anos, foi preso em Novembro de 2014 por actos que alegadamente cometeu durante o período em que foi chefe de governo. Posteriormente, passou mais de nove meses em prisão preventiva antes de ser colocado em prisão domiciliária e libertado em 2015.

A Justiça suspeita que tenha recebido cerca de 34 milhões de euros em troca de favores a grupos económicos, sobretudo no período em que esteve à frente do Governo e nos anos que se seguiram.


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Alberta Gonçalves

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