HANNOVER, 3 Set (Reuters) – A Europa não será capaz de estabelecer um único órgão de supervisão para os bancos da zona do euro até o final do ano, disse o ministro das Finanças, Woldgang Schäuble, nesta segunda-feira. Alemão, pondo assim em dúvida o calendário indicativo adoptado no final de Junho pelos dirigentes europeus.

Ele acrescentou que até que tal mecanismo fosse criado, era impossível que os bancos fossem recapitalizados diretamente pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (ESM), o fundo de emergência da zona do euro.

A possibilidade de injeção direta de recursos do MEE em instituições em dificuldade havia sido uma das principais decisões da cúpula europeia há pouco mais de dois meses. (ver )

Na ocasião, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, declarou que o objetivo era criar um mecanismo de supervisão envolvendo o Banco Central Europeu (BCE) até o final do ano e quebrar o “círculo vicioso” entre os bancos e Estados.

A Comissão Europeia apresentará as suas propostas sobre supervisão bancária a 12 de setembro.

Wolfgang Schäuble disse que, embora caiba ao BCE assumir o papel de supervisão dos bancos, a instituição de Frankfurt precisa ser reorganizada para garantir sua contínua independência na política monetária.

A Alemanha e a Comissão Europeia não parecem concordar sobre a extensão dos poderes de supervisão que provavelmente serão concedidos ao BCE.

Olli Rehn, Comissário Europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, disse que o BCE deveria poder supervisionar todos os bancos da zona euro, bem como estabelecimentos em países não membros da União Económica e Monetária que optaram por um único órgão de supervisão.

Wolfgang Schäuble acredita, pelo contrário, que o papel de supervisão do BCE deve ser limitado aos bancos mais importantes.

A zona do euro tem vários milhares de estabelecimentos bancários, mas 95% dos ativos bancários da região são detidos por cerca de 200 bancos. (Andreas Rinke e Jan Strupczewski, Benoît Van Overstraeten para o serviço francês)