Flora Vezzá e David William estão em uma pequena sala de ensaio com bateria, sofá e pouco mais no momento. Ela é fisioterapeuta, com especialização em ergonomia, e ele é recepcionista do M.Ou.Co, hotel no Porto que também oferece um espaço cultural. É aqui que nos encontramos.
O músico que tinha encontro marcado com Flora tendo cancelado o encontro de última hora, ela pediu a David (ele também toca bateria) que deixasse o cargo por alguns instantes. Isto permite que Flora nos faça uma demonstração das sessões que realiza com os músicos.
Essa brasileira de 62 anos pede para sua compatriota de 31 montar a bateria do jeito que ela quiser e tocar um pouco. David ressalta que nas noites de show, quando toca em segundo lugar com sua banda, a bateria já está montada, ele não tem muito tempo para fazer ajustes, o que pode gerar situações de desconforto físico. Assim que ele começa a tocar, Flora faz uma série de observações rápidas sobre sua postura.
Prevenir em vez de remediar
O fisioterapeuta é um dos dois profissionais de saúde da Clínica da Performance, um projeto do M.Ou.Co que visa dotar os músicos (e outros artistas, por exemplo atores e bailarinos) de ferramentas para tratarem as suas lesões físicas e sobretudo prevenirem problemas futuros. . O projeto não se interessa apenas pelo corpo, mas também pela mente – além de Flora Vezzá, conta com uma psicóloga clínica: Natália Mendes.
A Clínica da Performance existe desde a abertura do M.Ou.Co, em setembro de 2021. As consultas são abertas a todos os músicos, profissionais ou não, e gratuitas para artistas programados pelo espaço cultural.
Não falamos muito sobre os problemas físicos que os músicos enfrentam todos os dias, explica Flora Vezzá. E isso é um problema, ela nos garante. Muitos instrumentos exigem que o músico adote “uma posição assimétrica” ou mantém os braços levantados por longos períodos de tempo (pense no violino, saxofone
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