Em Portugal, os Prémios Pfizer 2020 reconhecem trabalhos sobre malária, memória e saúde intestinal

Durante a edição de 2020, realizada no dia 11 de novembro, foram premiados três projetos: um projeto de investigação clínica, liderado pelo cientista Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, da Universidade de Lisboa, e dois projetos de investigação fundamental, um coordenado por Henrique Veiga-Fernandes do Centro Champalimaud, e outro pela francesa Julie Ribot do IMM.

A equipa liderada por Henrique Veiga-Fernandes, imunologista do Centro Champalimaud, concluiu que as pessoas que trabalham à noite ou que mudam frequentemente de fuso horário têm maior probabilidade de desenvolver inflamação intestinal, porque certas células do sistema imunitário que contribuem para a saúde intestinal já não recebem informações vitais. informações do cérebro. Estas células são aquelas que, no intestino por exemplo, combatem infecções e são particularmente sensíveis a distúrbios dos seus “genes relógio” (que indicam às células a hora do dia). Esses “pequenos relógios” são sincronizados pelo “grande relógio” do cérebro (que fornece, por exemplo, informações sobre o dia e a noite) que, se não for regulado, perturba o “maquinário” molecular do cérebro. ‘ILC3, aumentando assim as infecções intestinais.

A pesquisadora do IMM, Julie Ribot, descobriu, usando camundongos como modelos, que as células T delta gama – um subgrupo de células do sistema imunológico que produz uma molécula, IL-17, e reside nas meninges cerebrais – controlam a memória de curto prazo.

Premiado na categoria de investigação clínica, o trabalho de uma equipa internacional liderada por Miguel Prudêncio, também investigador do IMM, permitiu testar uma potencial nova vacina contra a malária em 24 voluntários saudáveis, o que reduziu a carga em 95%. do parasita “Plasmodium” no fígado, órgão onde a infecção começa sem causar sintomas. Para proporcionar proteção contra a malária, esta possível vacina deve “bloquear completamente” a infeção no fígado, onde o parasita se multiplica antes de infectar as células sanguíneas, desencadeando os sintomas da doença.

Miguel Prudêncio disse à Lusa, a agência noticiosa portuguesa, ao fazer uma atualização do trabalho, que a eficácia da potencial vacina terá de ser testada com doses mais elevadas, administradas por injeção. Além disso, outras proteínas do parasita da malária humana terão de ser adicionadas aos parasitas de roedores geneticamente modificados, um processo já em estudo em laboratório.

Criados em 1956, os prémios Pfizer, financiados pela empresa homónima, distinguem trabalhos de investigação fundamental e clínica realizados, total ou parcialmente, em instituições portuguesas, por cientistas portugueses ou estrangeiros.

Fonte : “Prémios Pfizer 2020 distinguem trabalho na malária, memória e doenças intestinais”, RTP [en ligne]11 de novembro de 2020.

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/premios-pfizer-2020-distinguem-trabalhos-sobre-malaria-memoria-e-saude-intestinal_n1274426

Editor: Etienne RAISON, Oficial de Cooperação Científica e Académica do Instituto Francês de Portugal

etienne.reason[at]ifp-lisboa.com

Isabela Carreira

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