Presidente português, Aníbal Cavaco Silva. FRANCISCO LEONG/AFP
A crise política portuguesa, que causou grandes tensões nos mercados enquanto as políticas de austeridade do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho estão cada vez mais em discussão, poderá resultar temporariamente numa remodelação ministerial.
Há três semanas, a coligação de direita quase ruiu após a demissão do Ministro das Finanças. Vitor Gasparconsiderado o homem de troika (BCE, FMI e UE), e a anunciada saída do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Este aliado da coligação, que também lidera o CDS-PP, critica as medidas de austeridade impostas pela Troika que pressionam a economia.
Pedro Passos Coelho tentou apagar o incêndio nomeando Paulo Porta como vice-presidente, responsável pelas relações com a Troika. Excepto que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, posteriormente se recusou a dar a sua aprovação a este acordo, é verdade que foi uma viragem instável, apelando a uma união nacional. A semana de negociações terminou em fracasso na noite de sexta-feira. O Partido Socialista reiterou a sua oposição à austeridade. Portanto, aqui o presidente conservador é forçado a decidir. Como Cavaco Silva descartou a realização de eleições legislativas antecipadas em 10 de Julho, tem pouco espaço de manobra. O caminho do realinhamento parece mais provável. Até porque o primeiro-ministro ainda tem maioria absoluta no parlamento e escapou esta semana a uma moção de censura. O presidente deveria falar esta noite.

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