Devido a uma cisão entre os partidos da esquerda portuguesa, a inesperada rejeição da lei de financiamento de 2022, quarta-feira, 27 de outubro, deve significar o fim prematuro do governo socialista de António Costa. O processo de convocação de eleições antecipadas já começou.
O presidente da República, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu-se com o presidente do parlamento na noite de quarta-feira. “Se a Assembleia não conseguir aprovar um orçamento que é fundamental para o país, seria positivo devolver a palavra aos portugueses”, disse. insistiu o chefe de Estado. Após reunião com os actores sociais, sexta-feira, reunião com os dirigentes dos partidos representados na Assembleia, sábado, seguida da convocação do Conselho de Estado, quarta-feira, 3 de Novembro, o deputado Rebelo de Sousa, salvo surpresa, até à formalização dissolução das Câmaras. As eleições antecipadas poderão ocorrer já em janeiro de 2022. Há algumas semanas, ninguém pensaria que uma crise política dessas iria chocar Portugal.
Na quarta-feira, porém, o Partido Comunista Português (PCP) e o partido radical de esquerda Bloco de Esquerda (BE) abandonaram o socialista António Costa e votaram, com os partidos de direita e de extrema-direita, contra o projeto de financiamento. O texto recebeu apenas os votos favoráveis dos 108 deputados socialistas (de 230 cadeiras). Foi, portanto, rejeitado por 117 votos contra e cinco abstenções – os dos três deputados do partido animal e ambientalista PAN e dois deputados não registrados. A primeira desde a chegada da democracia a Portugal.
“Irresponsável”
“Associar uma crise orçamentária a uma crise de saúde sem precedentes é o mais irresponsável e tem implicações reais na vida das pessoas e no futuro do país. protestou Inês Sousa Real, líder do PAN. Contrariar não é ser contra tudo. »
O líder do principal partido de oposição, Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), Rui Rio, criticou o modelo econômico defendido pelos socialistas que acusa “Dependente da esquerda radical”. Por sua vez, a esquerda criticou o governo por sua falta de ambição no campo social. Em particular, o PCP exigiu um aumento substancial do salário mínimo, para que passe dos actuais 665 euros mensais para 850 euros, de forma a fazer face ao “uma emergência nacional” segundo o líder comunista Jerónimo de Sousa. O gabinete propôs um aumento gradual para 705 euros em 2022 e 750 euros em 2023, oferta que o PCP considera insuficiente. Tal como o aumento previsto de 10 euros para as pensões.
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