em Portugal foram recolhidos quase 300 testemunhos em três meses

Três meses após o seu lançamento, a comissão independente responsável pela investigação da violência sexual na igreja portuguesa já recolheu 290 testemunhos de supostas vítimas, 16 dos quais foram comunicados aos tribunais, disse na terça-feira, 12 de abril.

“A comissão validou 290 depoimentos”, mas “parece que há mais vítimas”O psiquiatra infantil Pedro Stretch, chefe deste comitê, cujo trabalho começou em janeiro, disse em entrevista coletiva.

Os depoimentos coletados até agora dizem respeito a pessoas nascidas entre 1934 e 2009, principalmente homens, de todas as regiões do país e de diferentes categorias sociais. “É apenas a ponta do iceberg”confirmou a socióloga Ana Nunes de Almeida, membro desta comissão, acrescentando que neste momento é difícil chegar a determinadas categorias da população.

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O número de vítimas estimado em 330.000

Os depoimentos relatam diversas formas de violência sexual, praticadas principalmente por homens diretamente ligados à Igreja, que vão desde: “exposição sobre penetração através de contatos” sexual, mesmo “fotos ou mensagens de natureza sexual”ela esclareceu.

Esta comissão, composta por seis especialistas, foi criada por iniciativa da Igreja portuguesa, país de forte tradição católica, para lançar luz sobre a questão da violência sexual contra “menores e adultos vulneráveis”† Este grupo foi inspirado pelo trabalho da comissão independente presidida por Jean-Marc Sauvé, que trouxe à luz a extensão do pedocrime na Igreja francesa.

Ela estimou em 330.000 o número de pessoas que foram vítimas de agressão sexual, quando menores, por clérigos, religiosos ou pessoas ligadas à Igreja desde 1950. Os trabalhos da Comissão Portuguesa deverão estar concluídos até ao final do ano e darão origem a um relatório que será posteriormente submetido à Conferência Episcopal Portuguesa.

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O mundo com AFP

Chico Braga

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