Tempos difíceis para os comerciantes. Encurralados pelo aumento dos preços, cada vez mais deles em Portugal estão a fechar as portas, aprendemos esta manhã nas páginas deCafé expresso.
O semanário detalha os resultados de um inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) durante os meses de novembro, dezembro e janeiro. Conclusão? Em média, 18 lojas fecham todos os dias em todo o país.
Um total de 1.639 lojas fecharam neste trimestre, o dobro das abertas e mais que o dobro do número de fechamentos registrados no mesmo período do ano passado. Questionado pelo jornal, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, não é muito tranquilizador:
“A tendência é preocupante e inevitavelmente se refletirá nos números do desemprego. Esperamos que a situação piore gradualmente nos próximos meses.”
Dificuldades em encontrar moradia e alimentação
As pequenas lojas de roupas são as mais afetadas. 88% das famílias afirmam ter reduzido as despesas com vestuário, continua Expresso. Mas papelarias, mercearias e até lojas de conveniência também são muito afetadas pela inflação. Se os cabeleireiros estiverem com dificuldades, “as livrarias, paradoxalmente, parecem poupadas e as vendas de livros até aumentam” (13,4% em 2022).
De novembro a janeiro, também fecharam definitivamente a cortina 1.388 restaurantes, ou seja, 69% mais do que os que abriram e quase três vezes mais do que os encerramentos observados no mesmo período do ano passado, sublinha. Café expresso, que especifica:
“Os pequenos estabelecimentos localizados em distritos comerciais são os mais afetados, pois mais funcionários trazem refeições preparadas em casa para economizar dinheiro.”
O semanário acrescenta, por fim, que, segundo a Deco Proteste, associação de defesa do consumidor, 44% das famílias portuguesas têm dificuldade em encontrar habitação e alimentação, nomeadamente devido à subida dos preços dos alimentos, que foi de 21,1% no ano passado, o mais elevado desde 1990.
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