Em fotos, em fotos. Em Lisboa, munícipes estão com os pés na água após novas cheias


A vila de Frielas, nos subúrbios a norte de Lisboa, foi particularmente afetada.

CARLOS COSTA/AFP

A Câmara Municipal da capital portuguesa fez soar o alarme, apelando à população para “evitar deslocações”, enquanto a maior parte das vias de acesso ao centro da cidade estavam cortadas ou muito difíceis de utilizar.

“Há túneis inundados que tivemos de fechar e isso está a causar uma situação caótica”, disse o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, à CNN Portugal esta manhã.

Até ao meio-dia, cerca de cinco mil bombeiros e socorristas realizaram cerca de 1.500 intervenções devido a inúmeras cheias, quedas de árvores ou deslizamentos de terras, incluindo mais de 800 na região da capital, disse o comandante do Serviço Nacional de Proteção Civil, André Fernandes. A previsão do tempo fala em “chuva forte e contínua” até a manhã de quarta-feira, alertou.

Quando a água começa a baixar, deixa para trás um enorme trabalho de limpeza.


Quando a água começa a baixar, deixa para trás um enorme trabalho de limpeza.

FILIPE AMORIM/AFP

Bueiros saturados

Entre a manhã de segunda-feira e a manhã de terça-feira choveu “quase tanto” como normalmente “todo o mês de dezembro”, explicou o meteorologista Nuno Lopes, do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O zodíaco tornou-se uma ferramenta indispensável para viajar pela capital.


O zodíaco tornou-se uma ferramenta indispensável para viajar pela capital.

FILIPE AMORIM/AFP

Na semana passada, as fortes chuvas que caíram na noite de quarta para quinta-feira já tinham provocado grandes inundações, com estragos de grande monta e a morte de uma mulher que foi encontrada afogada numa cave no distrito de Algés, concelho de Oeiras, na periferia oeste da capital.

Na terça-feira, esta zona junto ao Tejo foi uma das mais atingidas. Ao final da manhã, debaixo de uma chuva fina e ininterrupta, o centro de Algés ainda se encontrava debaixo de vários metros de água aqui e ali, tornando a estação inacessível e as ruas tiveram de ser encerradas à circulação automóvel.

Dezenas de funcionários da prefeitura, equipados com tratores e baldes, tentaram evacuar a água e a lama de residências, comércios e estradas, enchendo os bueiros.

Muitas estradas ficaram intransitáveis ​​e muitos carros ficaram presos na água.


Muitas estradas ficaram intransitáveis ​​e muitos carros ficaram presos na água.

CARLOS COSTA/AFP

“A água entrou na minha casa”

“Vi o nível da água subir lá fora e de repente, por volta das 3h30, a água invadiu minha casa, levando tudo em seu caminho. Não pude fazer nada e me refugiei no primeiro andar com minha esposa e filho”, disse Gil Catonio, um brasileiro de 42 anos.

Os moradores, como o gerente da loja do bairro, só podiam ver o estrago.


Os moradores, como o gerente da loja do bairro, só podiam ver o estrago.

FILIPE AMORIM/AFP

Enquanto a água já havia atingido 90 cm em sua casa na semana passada, danificando seus eletrodomésticos, desta vez atingiu 1,50 m de altura, deixando uma marca bem visível nas paredes.

Fernão Teixeira

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