Do assédio e da exclusão à Miss Portugal

Marina Machete saiu do anonimato há menos de dois meses, quando foi eleita Miss Portugal no dia 5 de outubro. Foi a primeira mulher transexual a fazê-lo e ganhou a oportunidade de representar o país no concurso Miss Universo. Em entrevista à SIC, admite o seu passado difícil e acredita que ainda há um longo caminho a percorrer na aceitação da diferença e por isso espera que a sua própria história ajude a quebrar barreiras.

Nascido em 1º de outubro de 1995, desde muito jovem percebeu que era “diferente”: sofria de disforia de gênero. Em outras palavras, ela era uma mulher no corpo de um homem.

Ela cresceu tendo que aprender a não ser aceita. Ao crescer, sofreu bullying e foi excluída diversas vezes, mas prefere enfatizar o apoio que sentiu e que lhe deu uma força que a fez perder os medos e perseguir o que sempre teve. desejado.

Participar de concursos de beleza era um desejo antigo e ele conseguiu isso este ano.

O sonho se torna realidade

As regras da competição Senhorita Portugal permitiu o registro de mulheres transexuais pela primeira vez.

Ela entrou e venceu na primeira tentativa, o que significa que ela teve apenas três semanas para se preparar para o Miss Universo.

Em 2018, a espanhola Ángela Ponce foi a primeira mulher transexual a participar. Este ano estiveram presentes duas participantes, Marina Machete e Rikkie Valerie Kollé, da Holanda.

A portuguesa foi a melhor classificada, terminando entre os 20 primeiros, com o nicaraguense Sheynnis Palacios a emergir como vencedor.

Marina Machete espera que esta exposição mediática sirva para abrir mentalidades em Portugal e tenta não alimentar os comentários negativos que recebeu.

Quanto ao futuro, ela tem um grande desejo: ser mãe.

Chico Braga

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