Cristiano Ronaldo ou o crepúsculo de um semideus do futebol

Ele é o homem mais famoso do mundo, a julgar pela enorme multidão que o segue nas redes sociais. O desportista mais admirado, o trabalhador mais teimoso, um dos mais ricos e titulados, aquele cuja vida privada mais comentários suscita – com ele, os superlativos vão-se acumulando até à vertigem. Mas seja qual for a sua forma física e a sua vontade de aço, Cristiano Ronaldo é apenas um semi-deus sobre quem o tempo passa, como sobre os mortais comuns. Em 5 de fevereiro, ele completará 38 anos, ou seja, uma idade canônica, pelo menos aos olhos dos grandes clubes que há muito lutam para recrutá-lo.

Em conflito com o Manchester United, seu atual time, do qual está prestes a ser afastado – ficou de fora do grupo contra o Chelsea, no sábado, 22 de outubro –, o atacante com cinco Bolas de Ouro se aproxima de uma virada em sua vida. . Claro que ele deve jogar novamente em seguida Copa do Mundo no Catar (de 20 de novembro a 18 de dezembro), nas fileiras da seleção portuguesa, mas depois? Por detrás da questão estritamente desportiva esconde-se uma outra, simultaneamente íntima e colectiva. Numa altura em que a sua influência desportiva internacional começa a diminuir, que relação mantém a estrela do futebol com Portugal, a sua terra natal?

Neste país, Cristiano Ronaldo já lá não vive desde que assinou o primeiro contrato com o Manchester, aos 18 anos. De clube em clube, de jogo em jogo, de vitória em vitória, aquele que se tornou artilheiro da história em 2022, segundo ranking da FIFA, estendeu seu império a todo o planeta. Não apenas por suas façanhas em campo, mas por uma estratégia de marketing notavelmente eficaz e promoção de sua imagem. “CR7”, apelido que une suas iniciais e o número de sua camisa, não é apenas um atleta de ponta, é uma verdadeira multinacional.

A sua marca, como uma só, goza de uma visibilidade estonteante, desde a Madeira, ilha onde nasceu em 1985, até aos confins do mundo. “Cristiano Ronaldo emprega uma equipe de profissionais para manter suas redes sociais vivas, observa Daniel Sà, diretor do Instituto Português de Administração de Marketing. Todos os atletas dessa categoria fazem isso, mas nenhum tão bem quanto ele. » Sob a liderança de Luís Correia, CEO da Polaris Sports, que gere contratos de patrocínio e redes sociais, o “CR7” é já seguido por 750 milhões de pessoas, todas as redes juntas.

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Aleixo Garcia

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