Cartel de caminhões: DAF vai ao caixa novamente

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Última atualização : 14.03.2023
Por meio de: Nathalieversieux, correspondente em Berlim

A DAF é condenada a uma segunda multa pelo Cartel de Caminhões. Este é o primeiro julgamento em Portugal, onde estão pendentes mais de 100 processos. A construtora foi condenada a pagar cerca de 13 000 euros mais juros a um transportador de fruta que pagou 15,4 % demais para seu caminhão, disse o tribunal.

Pela primeira vez, um tribunal em Portugal decidiu no chamado caso “Cartel dos Caminhões”. O Tribunal decidiu no direito de uma transportadora que reclama uma indemnização a um dos empreiteiros condenado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia por fixação ilegal de preços. A DAF Trucks foi condenada a pagar 12 904 euros acrescidos de juros à Transfugal-Transportes de Frutas de Portugal. A multa foi aplicada por “uma violação da lei da concorrência”, que resultou em custos adicionais para os clientes do fabricante, relata o portal português moveaveiro.pt. O tribunal determina que a Transfugal pagou 15,4 % demais para um caminhão da marca DAF. A defesa da montadora argumentou que a troca de informações de preços com outras montadoras era para preços brutos de fábrica e que as transportadoras acabaram pagando preços muito diferentes por seus caminhões. O argumento foi assim rejeitado pelos tribunais portugueses.

Centenas de denúncias foram registradas pelas transportadoras portuguesas perante o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) de Santarém desde 2019. Prevê-se, assim, uma avalanche de ações judiciais nos próximos meses.

Jurisprudência

O chamado caso do cartel de caminhões ocupa os tribunais europeus há anos. Em julho de 2016, os serviços da Comissão Europeia aplicaram uma multa recorde de 3,8 euros bilhões de euros a seis fabricantes que estavam convencidos de que haviam acertado os preços de seus veículos entre 1997 e 2011. Estes são DAF, Daimler, Iveco, Scania, Volvo-Renault. Apenas a MAN conseguiu sair do jogo, concordando em divulgar os mecanismos do acordo. Mas as vítimas do cartel não receberam qualquer indemnização até à data e o caso continua a preocupar os tribunais dos Estados-Membros.

A Deutsche Bahn, por exemplo, reivindica 500 milhões à Daimler por contratos relativos à venda de 35 000 caminhões. Em Munique, 7 000 operadoras reclamaram 800 milhões de euros perante um tribunal em Munique e vários escritórios de advogados organizaram queixas coletivas perante os tribunais holandeses, considerados mais sensíveis aos direitos das vítimas do que os tribunais alemães.

A decisão do TCRS pode estabelecer um precedente em casos subsequentes.

Fernão Teixeira

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