Um primeiro período voado, um segundo controlado, o Manchester City escreveu uma de suas mais belas páginas europeias ao deixar o atual campeão, o Real Madrid, nas semifinais da Liga dos Campeões nesta quarta-feira (4 a 0, primeira mão 1 a 1 ).
Ninguém sabe do que são feitos os sonhos de Pep Guardiola, mas há todos os motivos para acreditar que os primeiros 45 minutos do City no Etihad foram assim.
Raramente vimos o Real tão agitado, impotente, encurralado em seu gol e as estatísticas estavam lá para dar a medida do hiperdomínio inglês.
Com 70% de posse de bola, nunca, mesmo contra adversários muito mais fracos, o City teve tanto domínio de bola no primeiro tempo de uma partida da Liga dos Campeões.
O Real então tocou apenas 10 bolas no meio-campo adversário, quando o City tinha 196.
Basta dizer que o placar de 2 a 0 ao intervalo esteve longe de ser usurpado.
Foi ainda mais notável que Erling Haaland mais uma vez permaneceu em silêncio diante de um Thibaut Courtois que foi o único residente de Madrid a sobreviver neste naufrágio.
Bernardo Silva colocou o City em órbita
Aos 13 e 21, em cabeceamentos de curta distância, o belga desferiu defesas que tem o segredo para atrasar o deadline, antes de respirar aliviado quando o norueguês, de “pé ruim”, da direita, desferiu um poderoso chute de fora quadro (27º).
Mas a força desta Cidade é justamente não depender inteiramente de seu colosso.
Autor do precioso golo do empate na primeira mão, Kevin De Bruyne encontrou Bernardo Silva com um passe muito bom na área e o português pegou Courtois com o pé esquerdo para abrir o marcador (1-0, 23º).
No radar do Paris SG para a próxima temporada, segundo a imprensa, Silva ampliou a vantagem um quarto de hora depois, após outro ataque digno de quadro-negro.
Jack Grealish encontrou Ilkay Gündogan bem alto na área, antes que o bloqueio do alemão acertasse a cabeça de Silva para o 2 a 0 (38′).
Mas mesmo com 2 a 0, o Etihad sabia que o Real, capaz das mais loucas viradas, não era de abdicar.
No primeiro remate do encontro, os merengues estiveram perto do empate ao verem a trave repelir o remate distante e contundente de Toni Kroos (35.º).
Novamente no início do segundo tempo, uma cobrança de falta flutuante de David Alaba obrigou Ederson a acompanhar a bola por cima da barra para não correr riscos (52º).
Um abismo entre as duas equipes
Mais combativo, o Madrid conseguiu finalmente aproximar-se da superfície adversária, mas havia sempre um pé, uma cabeça, um corpo adversário a proteger a jaula.
Aos 71 minutos, um avanço de Vinícius, que havia caído após empurrar demais a bola, foi a maior prova do sentimento de impotência que tomou conta de Karim Benzema, novamente transparente, e seus companheiros.
Courtois voltou a brilhar ao desviar em cima da trave um remate perto de Haaland, acertado por calcanhar de Gündogan (73.º).
Mas três minutos depois, em cobrança de falta de De Bruyne, desviada de cabeça por Manuel Akanji, Eder Militão marcou contra sua equipe para aumentar o placar (3 a 0, 76).
Depois de algumas substituições, incluindo a saída de Haaland para a entrada de Julian Alvarez, o argentino, idealmente servido por Phil Foden, levou o ponto para casa (4-0, 90+1).
Este 4 a 0 é um bom reflexo do abismo entre um Real que parecia desgastado e um City que caminha sobre as águas no final da temporada.
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