Os puristas poderão discutir o caminho, o estilo, mas o Benfica mereceu plenamente o apuramento para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Numa grande noite na Johan-Cruyff ArenA, os jogadores de Nelson Verissimo foram heróicos antes de surpreender o Ajax no último quarto de hora (1-0). Uma vantagem suficiente após o resultado da primeira mão (2-2). Tal como há três semanas, os portugueses terão sofrido durante quase toda esta noite animada e ritmada, mas terão resistido com abnegação, coragem e eficiência em todos os momentos.
Ainda não demos muito da pele deles no coração do primeiro período, durante um grande destaque holandês. Os homens de Erik ten Hag desequilibraram o bloco Benfiquist em quase todas as incursões, com aberturas incisivas estendidas por tantos cruzamentos. Mas os lisboetas foram capazes de cerrar os dentes e as fileiras, mostrando uma disciplina inabalável e até respondendo com alguns contra-ataques.
O jogo do Ajax brilhou com suas combinações (14º, 25º, 39º, 65º) mas no final, o campeão holandês teve poucas chances claras e a dobradiça do “velho” Otamendi-Vertonghen conseguiu até aumentar o desafio de amordaçar Sébastien Haller, cujo counter permanecerá, portanto, preso em 11 gols.
Benfica terminou forte
Quanto mais o tempo passava, mais o Ajax parecia ficar irritado e abaixar o pé em suas projeções numéricas. Muito pelo contrário do Benfica, que sentiu a jogada certa e foi-se tornando mais ousado com o relógio. No início do último quarto de hora, Alvarez concedeu uma falta meio boba por falta sobre Ramos. No centro, Darwin Nunez assumiu Timber, mas também Onana, punido por sua saída fora do tempo (77º, 1-0).
Foi cruel para os homens de Ten Hag, mas recompensou 90 minutos, depois mais oito nos descontos, onde o Benfica mostrou uma resistência admirável. Os portugueses convidam-se para os quartos-de-final da Liga dos Campeões pela primeira vez desde 2016. No meio do Bayern de Munique, Real Madrid, Manchester City, Liverpool, Atlético de Madrid. E é merecido.