O Benfica Lisboa conquistou na noite de sábado o quarto título consecutivo de campeão, o 36º da sua história, ao assinar uma vitória convincente sobre o Vitória de Guimarães por 5 golos a 0 num extasiado estádio da Luz.
Na liderança desde a quinta jornada, as “águias” terão caminhado sozinhas ao longo da temporada com o seu único verdadeiro adversário, o FC Porto, emboscado durante boa parte do exercício antes de desabar a partir de meados de março com uma série de empates.
Graças a esta “manita” infligida a Guimarães, a “cidade berço” situada no norte de Portugal, o clube lisboeta é “tetracampeão” ao encadear quatro campeonatos consecutivos, feito que as “Águias” nunca tinham conseguido durante a sua história centenária.
Este desempenho já tinha sido alcançado pelo rival lisboeta Sporting Portugal no início dos anos 1950 e também pelos “inimigos” do FC Porto no final dos anos 1990 e 2000.
A viragem da temporada aconteceu no dia 1 de abril quando os “Dragões” do FC Porto, voltando a um ponto, não fizeram melhor que o empate na deslocação ao relvado dos “encarnados” do Benfica (1 -1 ).
Consagração sem Jesus
Com este novo título nacional, o clube do lendário Eusébio mostra que geriu na perfeição a transição após a saída do treinador Jorge Jesus para os “irmãos inimigos” do Sporting no verão de 2015. Ao contratar o treinador Rui Vitória vindo de Guimarães, o As águias fizeram-nos esquecer o legado de Jesus, que conquistou três títulos de campeonato (2010, 2014, 2015) e duas finais da Liga Europa (2013, 2014) em seis anos.
Em 2016/2017, o Benfica sofreu apenas duas pequenas derrotas no Campeonato. Conseguiu aliar um ataque sempre eficaz graças aos seus três especialistas em gatilhos internacionais Raul Jimenez (México), Jonas (Brasil) e Kostas Mitroglou (Grécia), com uma defesa de ferro que sofreu apenas 15 gols em 33 dias, metade do tal como o Marítimo Funchal, a segunda defesa mais eficaz do campeonato português.
Lisboa Vermelha
Frente ao Guimarães, as águias começaram com força, encontrando a falta logo nos primeiros minutos graças a um golo do argentino Franco Cervi (11º) e depois a um golo de Jiménez (16º) com apenas um quarto de hora de jogo para se protegerem.
Os internacionais portugueses Pizzi (37º) e Jonas (44º) completaram a primeira jogada perfeita da equipa lisboeta, antes de o brasileiro marcar dois golos na segunda parte (67º). Ao apito final, com esta vitória clara, todo o estádio da Luz explodiu de alegria. Já no vestiário, os jogadores comemoraram sua coroação… em uma scooter!
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Ainda antes do final do jogo, os adeptos do Benfica começaram a festejar em voz alta o título. Em Lisboa, soaram buzinas nas ruas invadidas por eufóricos “benfiquistas” que convergiam à noite em direção à Praça Marquês de Pombal, local habitual de celebração de títulos lisboetas. Numa enxurrada de camisolas, bombas de fumo e lenços vermelhos, os adeptos do Benfica enfeitaram a estátua do Marquês de Pombal sobranceira à Avenida Liberdade, artéria mais famosa da capital portuguesa, com as cores do clube para celebrar o novo troféu arrecadado pelos mais seguidos equipe do país.
Com 36 Campeonatos, 25 taças nacionais, 6 Supertaças e duas Taças dos Clubes Campeões Europeus (C1) conquistadas no início da década de 1960, o Benfica tem o melhor registo do futebol português.
Se o clube parou nas oitavas de final da Liga dos Campeões contra os alemães Borussia Dortmund, apesar da vitória em seu covil (1-0, 4-0), as águias poderão esquecer a modesta campanha europeia tentando alcançar o Dupla Campeonato-Taça de Portugal no dia 28 de maio, mais uma vez frente ao Guimarães.
O Diário/AFP
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