Durante duas semanas, a Rue Taisson d’Alès n.º 3, a dois passos da Câmara Municipal, acolheu o “Dona Céci”, um restaurante português de estreia que dá a conhecer as especialidades gastronómicas madeirenses. Único na capital das Cévennes.
Por mais que procurasse, não encontrava nada. “Falei com velhos da cidade que não se lembram de ter visto outro restaurante madeirense antes de nós”diz Wilson Da Silva Mendes. O jovem, com corpo de jogador de rúgbi, acaba de abrir o restaurante “Dona Céci” há duas semanas, na rue Taisson, 3, no centro da cidade de Alès. Fruto de uma aventura familiar envolvendo Jennifer, sua irmã e principalmente Cécilia, a mãe.
“Era o seu sonho ter o seu próprio restaurante”, reconhece Wilson, sobre aquele cujo diminutivo “Céci” dava o nome ao sujeito. Quanto a “Dona”, “em português tem vários significados”, expõe o filho. E para adicionar: “Pode significar ‘casa’, mas também denota ‘o chefe’ ou ‘a dama’, como uma espécie de status.” Oriundos do arquipélago da Madeira, onde nasceu a lenda do futebol moderno, Cristiano Ronaldo, o trio está estacionado há 12 anos às portas das Cévennes, em Saint-Christol-lez-Alès.
A comunidade alesiana portuguesa no encontro
Orgulhoso de sua terra natal e ciente de seu potencial gastronômico, Wilson lançou sua lanchonete caseira no início deste ano. A combinação de vendas para viagem e entrega em domicílio é um sucesso. “Ficamos muito surpresos com o resultado e fortaleceu minha ideia de abrir um restaurante”, lembra os Santos Cristãos. Ele também identificou uma necessidade: “Lamento que a comunidade portuguesa residente em Alès tenha de ir até Nîmes para comer especialidades do campo.”
Depois de encontrar este local “a última chance” depois de uma longa e infrutífera pesquisa nas redes sociais, o madeirense está há duas semanas a amansar a sua clientela. O perfil dele? “80% portugueses e 20% curiosos”, resume. Por isso, não é incomum que as mesas deixem de lado o uso da língua de Molière para trocar em português durante a refeição.
Buffet self-service
No Dona Céci, o exclusivo prato à la carte muda a cada mês. Atualmente o é muito abundante picado de carne servida com batatas fritas e um molho espesso que combina cogumelos, pimentos, tomates e azeitonas pretas é devastador. A casa oferece, um buffet à discrição (15 euros) com sobremesa, uma combinação de especialidades portuguesas (camarões, polvo, frango guisado com molho de limão) e madeirenses (bolinhos de bacalhau, milho cozido, torta de nata), bem como mais propostas “neutros”atrai clientes.
Atrás dos fogões, a “Dona Cécilia”, que já se destacou nas cozinhas do concorrido restaurante Le Cabanon, no Anduze, só utiliza “apenas produtos frescos”. No coração da sala climatizada, podem ser configurados no máximo 32 talheres para cada serviço. E se “pequenos erros” seriam cometidos nos próximos dias, Wilson pede indulgência: “Somos novos no negócio, então aprendemos um pouco a cada dia. Mas sempre faremos o possível para satisfazer nossos clientes.”
Corentin Migoule
Corentin Migoule
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