Por outro lado, os chefes de Estado e de governo europeus não chegaram a um acordo, após discussões acaloradas, sobre outras questões como a limitação de tarifas, o pagamento de contratos em rublos à Rússia ou o estabelecimento de um embargo aos hidrocarbonetos russos. A Comissão foi instruída a reflectir sobre estas questões nas próximas semanas.
“A compra em grupo, a capacidade de definir em conjunto contratos de longo prazo, é o melhor instrumento para baixar o preço do nosso gás”, disse o presidente francês Emmanuel Macroncujo país detém a presidência da UE por seis meses até o final de junho, em uma entrevista coletiva em Bruxelas.
“Precisamos diversificar nossos suprimentos e encontrar mecanismos” aproveitar a capacidade da UE para negociar melhor os contratos, “porque somos gordos”explicou Emmanuel Macron, criticando em meias palavras os países membros tentados pelas negociações bilaterais.
“O mecanismo mais forte que podemos ter é a compra conjunta”, ele apontou, “porque nos permite pesar”.
“É isso que deve nos permitir baixar preços ao longo do tempo, além de negociações com parceiros que compartilham nossos valores”, continuou Emmanuel Macron, citando o exemplo da Noruega.
“Tratamento especial” para Espanha e Portugal
Debates animados se opuseram aos Vinte e Sete sobre a conveniência de limitar os preços da energia ou reformar o sistema de fixação dos preços do gás e da eletricidade, em particular nos países do sul da Europa na Alemanha e na Holanda.
O presidente socialista do governo espanhol, Pedro Sanchez, saiu momentaneamente da sala de reuniões.
As discussões, que duraram até o início da noite, acabaram levando a um compromisso, mas deixaram várias perguntas sem resposta.
Espanha, que há doze dias enfrenta bloqueios aos transportadores rodoviários, e Portugal obtiveram finalmente autorização temporária para reduzir o preço do gás utilizado na produção de electricidade, uma “tratamento especial” tornou possível, segundo o Presidente da Comissão Ursula von der Leyenpelo facto de a Península Ibérica estar fracamente interligada com o resto do continente.
Reagindo às palavras do presidente russo Vladimir Poutine exigindo que os países “hostis” paguem as entregas de gás russo em rublos, Emmanuel Macron também considerou que este era um “grande oportunidade para colocar todos os contratos europeus de volta na mesa”, acrescentando que o “textos assinados são claros: é proibido”.
“Não é possível fazer o que é pedido, não é contratual”, ele apontou.
Este pedido do Kremlin representa um dilema para os países muito dependentes do gás russo porque, ao aceitá-lo, contribuiriam para a valorização do rublo e das finanças russas, mas, ao rejeitá-lo, esgotariam seus suprimentos.
Em relação ao embargo ao petróleo e gás russos, três países mostraram-se particularmente relutantes, Alemanha, Áustria e Hungria.
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