LE SCAN SPORT – Passou despercebido na França. Mas a grafia do português falado por mais de 245 milhões de pessoas em todo o mundo mudou. A Seleção não escrevemos mais sobre a seleção nacional, mas sobre a Seleção.
Assinado em 1990 pelos estados de língua portuguesa, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (assim se chama) visa unificar a grafia da língua portuguesa, que até então tinha duas grafias oficiais. Uma aplicava-se a Portugal e aos países africanos de língua portuguesa, a outra ao Brasil. Embora as diferenças não tenham sido muito significativas, complicaram a preparação de documentos oficiais ou pesquisas na Internet.
As alterações visam, nomeadamente, tornar a grafia mais próxima da forma como as palavras são pronunciadas. Com o desaparecimento, por exemplo, das consoantes mudas. Assim, “adotar” que estava escrito “adoptar” (não pronunciamos o “P”) passa a ser “adotar”, sem a consoante. O mesmo acontece com o apelido da seleção portuguesa de futebol, que passa a ser “Seleção” em vez de “Seleção”, como já acontecia no Brasil.
Implementada nas escolas e na administração portuguesas desde 2012, esta nova grafia, que diz respeito a alguns milhares de palavras, será tornada obrigatória a partir de maio de 2015. Entretanto, as duas grafias ainda podem coexistir. O que torna a leitura da imprensa portuguesa bastante engraçada. Embora a maioria dos meios de comunicação tenha adotado a nova grafia, os redatores editoriais continuam a usar a grafia antiga.
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