A lei põe fim à prorrogação automática do tratamento hospitalar.
A nova lei de saúde mental – que põe fim à prorrogação automática da internação de pessoas “irreputadas” (aquelas consideradas não responsáveis por seus atos) e permite o tratamento involuntário – entrou em vigor no domingo e prevê a liberação de 46 pessoas, desde que os tribunais concordem.
A lei foi sancionada no dia 10 de julho pelo presidente Marcelo, que, no entanto, apontou que “falta a densificação de certos conceitos e figuras jurídicas”, escreve a Lusa.
A nova legislação visa mudar o paradigma de abordagem das pessoas que necessitam de cuidados de saúde mental e define que, após o cumprimento de pena por crime pelo qual tenham sido condenados, oincapaz de pleitear deve ser liberado.
Na área da saúde, segundo o governo, hospitalização obrigatória dá lugar a tratamento involuntário de preferência em um ambulatório E excepcionalmente por internação.
“Os cidadãos com doença mental podem ser sujeitos a tratamento involuntário em caso de recusa de tratamento medicamente prescrito e apenas em situações de perigo para si ou para outrem, salvaguardada a participação e decisão do cidadão na elaboração do seu plano de cuidados”.
A nova lei cria a figura de um ” pessoa de confiança “, que as pessoas que necessitam de cuidados de saúde mental podem agora optar por acompanhar o seu percurso de cuidados e a quem podem expressar diretivas antecipadas de vontade relacionadas com os seus cuidados.
A entrada em vigor da lei vai marcar a libertação de 46 infractores não detidos, espalhados pelo continente e região autónoma da Madeira – mas o fim do internamento destas pessoas depende de decisões judiciais, adiantou a Direção-Geral de Reintegração e Serviços Penitenciários (DGRSP) explicou. Esses lançamentos serão associados a respostas que pode incluir a reintegração em um ambiente familiar e instalação em estruturas residenciais para idosos ou deficientes.
Estão também previstas diversas modalidades de alojamento, colocação em estabelecimento de saúde ou em unidades da rede integrada de cuidados de saúde mental.
De acordo com a DGRSP, 228 migrantes indocumentados estão em instituições psiquiátricas prisionais (Hospital Penitenciário de São João de Deus, em Caxias, e Ambulatório de Psiquiatria e Saúde Mental anexo ao presídio de Santa Cruz do Bispo – masculino). Em outras instalações de saúde mental não prisionais, há 194 inabalável cumprindo medida de segurança de internamento.
Segundo o professor de psiquiatria Miguel Xavier, a nova lei é um passo na direção certa para o respeito aos direitos humanos.
A SIC Notícias refere-se hoje a um “inexpugnável”, de nome Ezequiel Ribeiro, “declarado inexpugnável” que está preso há 37 anos “enquanto a pena máxima em Portugal é de 25 anos”.
Ezequiel Ribeiro “foi libertado esta manhã, ao abrigo da nova lei de saúde mental”, especifica a estação.
Fonte: LUSA/ SIC Notícias
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