Milhares de portugueses enlutados despediram-se esta segunda-feira de Mário Soares, considerado o “pai da democracia“, cujos restos mortais viriam a atravessar as principais artérias de Lisboa.
O cortejo fúnebre sairia pela manhã da casa da família diante da qual muitos anônimos depositaram rosas vermelhas, símbolo do Partido Socialista fundado por ele em 1973, seguindo depois para o emblemático mosteiro dos Jerônimos.
No seu claustro, Mário Soares, então Primeiro-Ministro e em breve Presidente, tinha rubricado a 12 de junho de 1985 o tratado de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, antepassada da União Europeia.
Oposição a Salazar
O corpo do ex-chefe de Estado, morreu sábado aos 92 anosia ser ali exposta em estado de devoção até à meia-noite, para dar aos portugueses a oportunidade de meditar perante o homem que marcou a história política do país.
Mário Soares será sepultado na tarde desta terça-feira no cemitério dos Prazeres, zona oeste da capital, onde faleceu em julho de 2015 a mulher, a atriz e filantropa Maria Barroso.
O governo socialista liderado por Antonio Costa declarou três dias de luto nacional a partir de segunda-feira e chamou “todos os cidadãos“para homenagear isso”grande figura da história portuguesa contemporânea“.
“Mário Soares ficará para a história por ter liderado a oposição republicana à ditadura de Salazar e ter sido o protagonista da transição para a democracia, contrariando a opção comunista“, disse à AFP o cientista político António Costa Pinto.
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