“Os fisioterapeutas têm a capacidade de aliviar as práticas médicas”

Num comunicado conjunto, todas as entidades representativas da profissão afirmam que os fisioterapeutas estão prontos para aceitar o desafio do acesso aos cuidados.

Ao longo das décadas, a França cobriu-se de desertos médicos, não apenas no setor rural, ultramarino, mas também nas áreas urbanas.

Enquanto mais de seis milhões de franceses não têm médico assistente, é necessária uma transformação ambiciosa do nosso sistema. Isso requer o compromisso de todos os profissionais de saúde, em uma abordagem colaborativa para melhorar o acesso aos cuidados e garantir a qualidade das práticas.

As propostas elaboradas com a Comissão de Ligação das Instituições Ordinais – Saúde (CLIO Saúde) para melhorar o acesso à oferta de cuidados de saúde e co-subscritas por todos os presidentes das ordens de saúde, bem como o projeto de lei relativo à melhoria do acesso aos cuidados através da confiança no profissionais de saúde, respondem eficazmente à desertificação da saúde.

Como parte da colaboração diária com os médicos, os fisioterapeutas têm a capacidade de aliviar as práticas médicas. A coordenação de cuidados é já uma realidade quotidiana da relação Médico/Fisioterapeuta, nomeadamente através da transmissão sistemática do relatório de fisioterapia.

Ao longo de 20 anos, a profissão de fisioterapeuta foi-se estruturando e evoluindo gradualmente, com a obtenção do diagnóstico de fisioterapia, a criação de uma ordem profissional, um CNP e, mais recentemente, uma formação universitária de cinco anos conferindo o grau de mestre e a criação de um professores-pesquisadores. Relembramos que desde 2016, em caso de urgência e na ausência de médico, os fisioterapeutas têm atendido muitos doentes em acesso direto a seu pedido, sem que tenha havido qualquer declaração de acidente e sem queixas.

O acesso directo ao fisioterapeuta é de facto uma das soluções a mobilizar rapidamente para libertar práticas médicas de primeira linha e emergências hospitalares.

O acesso direto provou-se em muitos países por muitos anos (o acesso direto ao fisioterapeuta é possível na Noruega, Dinamarca, Reino Unido, Suécia, Espanha, Finlândia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Kosovo, Luxemburgo, Malta, Holanda, Portugal , Polônia, Suíça, Albânia, Bósnia, Estônia, para citar alguns).

Numa altura em que proliferam os abusos terapêuticos, em que os nossos doentes são demasiadas vezes vítimas de práticas descontroladas e pouco denunciadas apesar dos inúmeros alertas, é necessário que todos os profissionais de saúde se possam unir para propor conjuntamente soluções que melhorem o acesso aos cuidados. Os 100.000 fisioterapeutas que atuam na França e os alunos em treinamento estão prontos para esta transformação coletiva, os pacientes confiam neles, não esperemos mais!

Ordem dos fisioterapeutas, SNIFMK, SNMKR, Alizé, FFMKR, FNEK

Isabela Carreira

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