O Presidente angolano João Lourenço foi empossado na quinta-feira para um segundo mandato de cinco anos depois de vencer as eleições de 24 de Agosto numa cerimónia colorida apoiada pela comunidade internacional, apesar das alegações de fraude eleitoral por parte da oposição.
“Eu, João Manuel Gonçalves Lourenço, ao assumir as minhas funções de Presidente da República, juro pela minha honra exercer com toda a devoção as funções que me foram atribuídas“, disse o líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e presidente do país desde 2017, durante a sua tomada de posse na praça central da República, em Luanda.
João Lourenço recebeu o distintivo presidencial e colarinho das mãos da Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso. Após a tomada de posse, as 10.000 pessoas que lotaram a Praça da República aplaudiram, entoando o apelido do presidente angolano.
“Declaro pela minha honra respeitar a constituição e a lei, ser o presidente de todos os angolanos e governar para o desenvolvimento económico e social do país e o bem-estar de todos os angolanos“, disse o chefe de Estado.
No seu discurso, a Presidente do Tribunal Constitucional advertiu que “as eleições não são um cheque em branco do eleitor para o vencedor”.
Durante a cerimónia, o novo Vice-Presidente de Angola, Esperança Costatambém prestou juramento, tornando-se a primeira mulher a ocupar esse cargo no país.
A cerimónia reuniu os Chefes de Estado ou de Governo da Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Cabo Verde, República do Congo (Brazzaville), Zimbabué, Namíbia, Zâmbia, República Democrática do Congo (RDC), República Centro-Africana, São Tomé e Príncipe e República Árabe Saaraui Democrática.
Cuba foi representada por seu vice-presidente, Salvador Valdés Mesa, o governo venezuelano por seu ministro das Relações Exteriores, Carlos Faría, e a Nicarágua por seu ministro conselheiro e delegado presidencial para a África, Mohamed Farrara Lashtar.
A Espanha confirmou a sua participação na cerimónia com a presença do Presidente do Senado, Ander Gil.
“Espanha considera Angola um país prioritário na sua política externa para África”disse quinta-feira em sua conta no Twitter oEmbaixador da Espanha em AngolaManuel Lejarreta, sobre aquele que é também o segundo maior produtor de petróleo de África.
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousae o Presidente da Comissão (Secretariado) da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamattambém participou do evento.
Os Estados Unidos enviaram uma delegação presidencial e a China enviou seu representante especial para assuntos africanos, Liu Yuxi.
O Tribunal Constitucional validou os resultados das eleições no dia 8, rejeitando assim um recurso interposto pelo principal partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que acredita ter ganho as eleições e não assistir à inauguração de Lourenço hoje.
EU’UNITA, que insiste em rejeitar os resultados eleitorais, interpôs na terça-feira um recurso extraordinário de inconstitucionalidade ao Tribunal Constitucional contra a sua decisão de rejeitar a sua impugnação às eleições gerais. Convidou também os angolanos a protestarem contra os resultados da votação.
Os angolanos viram nos últimos dias um grande destacamento da polícia nas ruas de Luanda e outras cidades do país, bem como muitos soldados, que a UNITA denunciou como tentativa de intimidação dos cidadãos.
De acordo com as autoridades eleitorais, o MPLAúnico partido que governa Angola desde a sua independência de Portugal em 1975, venceu as eleições de 24 de Agosto com 51,17% dos votosobtendo 124 dos 220 assentos na Assembleia Nacional.
UNITA, liderada por Adalberto Costa Júnior, ficou em segundo lugar com 43,93%, o equivalente a 90 lugares, o melhor resultado de sua história. Segundo Costa Júnior, os dados da contagem de votos em sua posse não coincidem com os aprovados pela Comissão Nacional Eleitoral.
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