Ele é acusado de roubar Angola para seu enriquecimento pessoal e de sua família: o ex-presidente José Eduardo dos Santos, que morreu em Espanha na sexta-feira, colocou sua família em posições-chave durante seus 38 anos de governo. .
Bancos, telecomunicações, mídia e principalmente petróleo, nenhum setor escapou ao clã dos Santos.
“O presidente privatizou o Estado em benefício de sua família e de alguns parentes”, segundo o jornalista de oposição Rafael Marques de Morais, que há anos ataca o estrangulamento exercido pela poderosa família.
Aqui estão as principais faces deste “conglomerado” familiar:
– Isabel, a filha
Aos 49 anos, apelidada no país de “princesa”, Isabel tornou-se a personificação do império dos Santos.
Nomeada para chefiar a petrolífera nacional Sonangol, foi demitida pouco depois de o sucessor do pai e atual presidente, João Lourenço, ter chegado ao poder em 2017.
Isabel dos Santos define-se na sua conta de Twitter como uma “empreendedora”. A revista americana Forbes a classificou como a mulher mais rica da África, sua fortuna pessoal é estimada em cerca de 3,5 bilhões de dólares.
Controlava até 2020 a primeira operadora móvel do país. Em Portugal, detinha também 25% do capital da portuguesa NOS. Parte da sua fortuna foi também investida em bancos, integrou os conselhos de administração do Banco de Fomento Angola, do Banco BIC e da sua subsidiária portuguesa e, sobretudo, do BFA, número 1 do sector.
Juntamente com o marido, o empresário congolês Sindika Dokolo, já falecido, ela era proprietária da marca suíça de joias de luxo De Grisogono.
Mas esse império de negócios foi amplamente desmantelado desde a investigação de 2020 do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) sobre as origens questionáveis de sua fortuna.
Ela é acusada de peculato e branqueamento de capitais à frente da Sonangol. Uma decisão do Instituto de Arbitragem da Holanda (NAI) no ano passado ordenou que ele devolvesse US$ 500 milhões em ações para a petroleira.
– José Filomeno, o filho
Apelidado de “Zenu”, foi nomeado em 2013 para chefiar um fundo soberano com um capital de 5 mil milhões de dólares, lançado para investir no desenvolvimento do país que, apesar das suas fortunas petrolíferas, continua a ser um dos mais pobres de África.
Seis anos depois, ele foi preso por fraude, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Ele foi considerado culpado de tentar desviar até US$ 1,5 bilhão do fundo que supervisionava até 2018.
Em 2020, foi preso por cinco anos, tornando-se um dos primeiros membros da família processado na campanha anticorrupção do presidente Lourenço.
– “Tchize”, a outra garota
Casada com um empresário português, Welwitschia dos Santos, na casa dos quarenta, trabalha no setor da comunicação social. Apelidada de “Tchize”, ela ocupou vários cargos na gestão da televisão pública TPA. Ela também controlava uma das principais agências de publicidade do país.
Menos conhecida que sua meia-irmã Isabel, ela foi a primeira mulher angolana a liderar um grande clube de futebol, o Benfica de Luanda.
Após a condenação de seu irmão, ela acusou Lourenço de processar injustamente sua família com motivações puramente políticas: “Lourenço usa os filhos para prejudicar o pai”, disse à AFP.
– Ana Paula, esposa
Ex-aeromoça, a segunda mulher de José Eduardo dos Santos controla, segundo a imprensa local, várias empresas na exploração de diamantes.
Segundo a diretora do mensal econômico Expensao, a economista Carlos Rosado de Carvalho, Ana Paula Cristovão de Lemos, 53, também detinha 5% do capital do banco Sol, além dos 10% detidos por meio de sua fundação.
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