Manuel Valls é uma coisa divisiva. Sabemos que a pessoa em questão procurava um ponto de (para)queda. Em 2018, anunciou sua aposentadoria da vida política francesa para participar das eleições municipais em sua cidade natal, Barcelona. Batido ao extremo (com 13,18% dos votos), Manuel Valls, 59, está hoje afastado do cargo.
Uma eleição de poltrona, você diz a si mesmo, com fama (agora estamos falando de ‘superfície de mídia’), uma agenda de endereços e uma rede como a dele?
Não tão certo como vários obstáculos estão em seu caminho. A começar pelo deputado macronista cessante, Stéphane Vojetta, ex-banqueiro de investimentos, que chegou a Madri há quase vinte anos. Como vice de Samantha Cazebonne, ele teve que sucedê-la no meio do mandato, quando a parte interessada se esgueirou para o Senado!
Hoje Stéphane Vojetta herda, portanto, com ou sem o seu consentimento, este sistema clientelista. É fácil para ele chorar de raiva, se ver como o herdeiro legítimo do eleitorado e anunciar uma candidatura dissidente.
O risco é então grande de transformar a operação em um fiasco, porque dois candidatos da maioria presidencial para o mesmo círculo eleitoral, ou seja, por definição, é demais! Especialmente porque a União de Esquerda está aumentando as apostas em torno dessas eleições. Ao escolher Renaud Le Berre em Barcelona, o NUPES (Nova Aliança Popular Ecológica e Social) está investindo um candidato que, como em Madri, já havia unido a esquerda em nível local em 2021 durante as eleições consulares. Com um resultado convincente: 43% dos votos, contra 23% para a lista rotulada LREM. À direita está Laurent Goater, pai de 53 anos, gerente do setor privado, que foi nomeado para usar a libré da LR. Eleito em Portugal para assessorar os franceses no exterior, reeleito no ano passado, presidente do Conselho Consular, desempenha plenamente o papel de âncora local, mas será, sem dúvida, penalizado pelo resultado estarrecedor de Valérie Pécresse, a candidata da LR nas eleições presidenciais do mês passado. Diante deles, a reconquista! por Eric Zemmour escolheu Nicolas Chamoux. A única candidata é uma basca regional de Bayonne, Garbiñe Eraso, 47, nascida em Paris, mas que vive nas margens do Nive há mais de vinte anos. É apresentado pelo movimento “Euskal Herria Bai”, País Basco sim.