Joana Teixeira comentou à agência Lusa os dados divulgados pela GNR no fim de semana, segundo o qual, entre 2 e 8 de agosto, 289 motoristas foram presos por dirigir sob efeito de álcool.
“Estes dados da GNR indicam um desconhecimento dos efeitos do consumo de álcool na população portuguesa, tanto na condução como na saúde”, sublinhou o psiquiatra e coordenador da Unidade de Alcoolismo e Novas Adições do Hospital Psiquiátrico de Lisboa.
Para o presidente da SAAP, os números da GNR revelam ainda que “o que tem sido feito em termos de prevenção dos problemas relacionados com o álcool em Portugal tem sido manifestamente insuficiente”, considerando, por isso, que é necessário “melhorar a prevenção e a intervenção” nesta área, “com medidas verdadeiramente eficazes”.
“Quando os motoristas dirigem sob a influência de álcool, eles colocam suas vidas e as vidas de outras pessoas em risco, estejam eles no carro ou em outros veículos na estrada”, alertou ela.
Joana Teixeira esclareceu que podem estar em causa casos de consumo ocasional de álcool ou de pessoas que bebem regularmente em excesso, mas que “em todos os casos, o princípio ‘se conduzir, não beba’ é fundamental e deve aplicar-se a todos os condutores”.
Os dados mais recentes, do 5º Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral 2022, revelaram que a prevalência do consumo de álcool em Portugal aumentou de 49,1% para 56,4% entre 2017 e 2022.
“O álcool é um fator de risco identificado pelaOrganização Mundial de Saúde por mais de 200 doenças e ferimentos”, lembrou o psiquiatra.
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