Em 2019, a diabetes afetou mais de 450 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a diabetes tipo 2 a forma mais comum (cerca de 90%). Esta doença é caracterizada por hiperglicemia crônica, ou seja, excesso de açúcar no sangue. Os níveis de açúcar no sangue são geralmente regulados por um hormônio produzido naturalmente pelo pâncreas, a insulina, que permite que a glicose (açúcar) entre nas células. Em pessoas com diabetes tipo 2, são observados dois tipos de anomalias: falta de secreção de insulina (insulinopenia) ou menor sensibilidade das células à insulina, levando a uma redução na sua capacidade de absorver insulina (resistência à insulina).
Uma equipe da faculdade de engenharia biomédica do Technion, liderada pelo professor Levenberg, trabalhou em uma nova abordagem para o tratamento do diabetes tipo 2. Este utiliza um autotransplante de células musculares (um alvo importante da insulina, que geralmente pode absorver açúcar no sangue). para otimizar a absorção de açúcar no sangue. Para fazer isso, os pesquisadores isolaram células musculares de camundongos e depois superexpressaram o transportador de açúcar GLUT4, uma proteína ativada pela insulina. Estas células foram então cultivadas para formar tecido muscular funcional e depois transferidas de volta para ratos diabéticos. Observe que o uso de um autoenxerto ajuda a limitar o risco de rejeição.
Os resultados deste estudo, publicado recentemente na Science Advances, são promissores: não só as células modificadas conseguiram absorver o açúcar adequadamente – levando a uma melhoria nos níveis de açúcar no sangue – mas também melhoraram a absorção de açúcar noutras células do rato, enviando sinais entre eles. Além disso, os ratos diabéticos tratados com autoenxerto apresentaram níveis normais de açúcar no sangue durante todo o período de observação – cerca de quatro meses.
Autora: Auriane Djian, Gerente de Missão Científica do Serviço de Cooperação Científica e Universitária do Instituto Francês em Israel.
Fonte: https://www.technion.ac.il/en/2021/10/diabetes-type-2-cure-tissue-engineering/
Mais informações: https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abg3947
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