Suspeito de favoritismo, presidente português em crise

O presidente é suspeito de permitir que gêmeas brasileiras tenham acesso a tratamento caro em um hospital público do país, atendendo a um pedido de seu filho.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que está no centro de um escândalo de favoritismo, negou qualquer envolvimento num caso em que é suspeito de ter facilitado o acesso a tratamentos muito caros para meninas gémeas num hospital público.Nem um único elemento indica qualquer favoritismo.» neste caso, o presidente se defendeu na noite de segunda-feira em declarações à mídia local.

O Chefe de Estado reconheceu ter recebido um e-mail em outubro de 2019 de seu filho, residente no Brasil, sobre o pedido de tratamento para esses gêmeos portadores de atrofia muscular espinhal. A presidência encaminhou esse pedido como faz “para milhares de solicitações“. “A intervenção do Presidente da República limitou-se a isso.“, observou Marcelo Rebelo de Sousa, que descartou a demissão.

“Gêmeas brasileiras”

O chefe de Estado conservador português esclareceu então que comunicou toda esta informação ao Ministério Público que abriu uma investigação. O Ministério da Saúde “está totalmente disponível» fornecer aos investigadores todos os documentos necessários, especificando, no entanto, que este pedido parece “ter sido tratado da maneira usual“, disse um porta-voz do ministério à AFP.

O caso do “Gêmeos brasileiros“, como é conhecida na comunicação social portuguesa, foi revelado após uma reportagem do canal de televisão TVI transmitida no início de novembro. A TVI noticiou que os gémeos nascidos no Brasil, que entretanto adquiriram a nacionalidade portuguesa, foram tratados em 2019 com Zolgensma para um total de quatro milhões de euros.

O médico coordenador da unidade de neurologia pediátrica do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, António Levy Gomes, disse à TVI: “O que circulava nos corredores era que o tratamento tinha ocorrido graças à influência do Presidente da República“. Portugal prepara-se atualmente para eleições legislativas antecipadas no dia 10 de março, na sequência da demissão do primeiro-ministro socialista António Costa, que viu o seu nome citado numa investigação por tráfico de influência.

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Isabela Carreira

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