A ressaca dos clubes portugueses na Taça dos Campeões Europeus

Famosos pelas suas atuações no cenário europeu, os clubes portugueses estão significativamente menos bem nesta temporada. Eles até mostram seu pior recorde em onze anos.

Poderá o FC Porto conseguir o feito? Contra a Juventus na segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, os Dragões têm dois golos para recuperar depois da derrota na primeira mão (0-2). Se no futebol tudo é possível, um abismo separa os dois clubes. Os Portistas não têm plantel para competir. Em campo, em Turim, é difícil, senão impossível, imaginá-los se classificando. Depois do Benfica, regularmente dominado pelo Dortmund (1-4 nos dois jogos), o futebol português deverá assim perder o seu segundo clube inscrito na fase final da C1 esta temporada. Antes habituados a brilhar no cenário europeu, os grupos de língua portuguesa já não o têm conseguido nos últimos tempos.

Zero pontos na Liga Europa

Se as atuais limitações dos clubes portugueses nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões não são dramáticas, a situação coloca, no entanto, um problema. Na C1, Porto e Benfica saíram certamente dos respetivos grupos, mas os grupos foram mais do que acessíveis para os dois gigantes lusitanos. Por outro lado, o Sporting não existia contra equipas como Real Madrid e Dortmund. Pior ainda, os Leões nem sequer conseguiram se classificar para a Liga Europa, terminando em quarto e último lugar, atrás do modesto Legia Varsóvia. Precisamente, normalmente tão confortável no C3, Portugal não colocou nenhum clube nos oitavos-de-final esta temporada. Uma vergonha. Mas acima de tudo, pela primeira vez desde a temporada 2005-2006!

Porto, Benfica e os outros já não impressionam…

Longe vão os tempos em que o futebol português era um espantalho na Liga Europa. Durante a temporada 2010-2011, Benfica, Braga e Porto disputaram as meias-finais da “segunda” Taça dos Campeões Europeus. Nesse ano, autores da tripla (Campeonato, Taça, C3), os Dragões colocaram em campo uma das equipas mais atraentes da Europa. Falcão, Moutinho, Hulk e James formaram o onze portista. Desde então, se o Benfica chegou duas vezes à final da Liga Europa, em 2013 e 2014 (duas derrotas), os clubes portugueses nunca conseguiram repetir tal desempenho. E esta temporada, Portugal poderá ficar sem nenhuma equipa no cenário europeu na primavera. Triste avaliação…

Um contraste com a seleção nacional

Estes escassos resultados terão, portanto, um impacto direto no futuro de todos estes clubes. Ainda em quinto lugar no ranking das federações da UEFA na época passada, Portugal caiu para sétimo este ano. No início da temporada 2018-2019, não haverá três, mas dois clubes lusófonos na Liga dos Campeões, dos quais apenas um se classificou diretamente para a fase de grupos. Por efeito dominó, o contingente de equipas portuguesas será maior na Liga Europa. Um mal por um bem? Não tenho certeza, mesmo que Benfica, Porto e companhia conseguissem encontrar cor no cenário europeu. Paradoxalmente, para Portugal, este período menos próspero contrasta com os desempenhos da sua selecção nacional. Na verdade, menos visível quando os seus clubes estavam mais funcionais, a Seleção das Quinas acaba de conquistar o primeiro grande título da sua história com o Euro 2016. E prepara-se para disputar o próximo Mundial com, sem dúvida, a sua melhor equipa dos últimos dez. anos.

Aleixo Garcia

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