Portugal não quer perder tempo. Após a demissão do primeiro-ministro António Costa na terça-feira, 7 de novembro, no meio de um escândalo de corrupção, o presidente conservador português Marcelo Rebelo de Sousa anunciou na noite de quinta-feira, 9 de novembro, a declaração de eleições parlamentares antecipadas em 10 de março de 2024. Uma decisão que foi tomada após a inicial ter providenciado a dissolução do parlamento português. “Optei pela dissolução da Assembleia da República e pela realização de eleições no dia 10 de março.” declarou o chefe de estado conservador durante um discurso na televisão.
A demissão do primeiro-ministro será oficializada em Dezembro e o Orçamento do Estado para 2014 será aprovado antecipadamente. O Chefe de Estado quis agradecer a António Costa pelos oito anos de administração e por todos os desafios políticos e sociais que enfrentou durante esta viagem. “Pela primeira vez numa democracia, um primeiro-ministro descobre que será sujeito a um processo independente no Supremo Tribunal”, observou ainda o Presidente português. Não aceitou a proposta dos socialistas, que tinham preferido uma solução de continuidade, através da nomeação de um novo primeiro-ministro que governaria, apoiado pela maioria que têm no parlamento. Este resultado não seria o ideal porque o Primeiro-Ministro “não seria legitimado pelo voto popular”, o presidente assim justificou.
“Desfalque, corrupção ativa e passiva…”
Desde o início da semana que o poder político português está em crise. Na terça-feira, a polícia portuguesa anunciou que deteve Vitor Escaria, chefe de gabinete de António Costa, e realizou buscas em vários ministérios, bem como na residência oficial do primeiro-ministro. As buscas e detenções decorrem no âmbito de uma investigação de corrupção em grande escala, segundo o Ministério Público.
O caso que envolve o antigo primeiro-ministro português diz respeito a suspeitas de “desvio de fundos, corrupção ativa e passiva de titulares de cargos políticos e exercício de influência” no âmbito da atribuição de licenças para exploração de lítio e produção de hidrogénio. O Ministério Público (PGR) confirmou esta terça-feira que a investigação seguirá “o conhecimento da confiança dos suspeitos no nome e autoridade do Primeiro-Ministro e na sua intervenção para desbloquear o processo.”
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