por que roupas “Made in France” fazem as pessoas fazerem caretas

Os franceses estão abandonando o “Made in France”, principalmente no que diz respeito ao vestuário. Porque desde os apelos ao consumo francês, a inflação existe.

A feira Made in France abre portas esta quinta-feira em Paris, Porte de Versailles. Até domingo, mais de 1.000 expositores vão mostrar o know-how francês em moda, decoração e eletrodomésticos aos 100 mil visitantes esperados.

E há uma necessidade urgente de agir porque o sector está em dificuldades. Comprar eletrodomésticos e roupas fabricados na França, em princípio, todos são a favor. Mas com a inflação e o aumento dos preços da energia, comprar produtos franceses muitas vezes já não é realmente uma prioridade. “Estamos a fazer mais esforços com a alimentação, por isso estamos a reduzir o orçamento com o vestuário”, admite Nicolas ao microfone da RMC. “Teria sido um prazer comprar apenas Made in France, mas se não tivermos meios não podemos”, lamenta.

“Toda a cadeia se esforçou”

Como resultado, o fabricado na França sofre. É o caso da marca de roupa “The Gentle Factory”, cujo volume de negócios diminuiu 20% face ao ano passado. “Reagimos lançando uma nova gama chamada ‘Gentle eco’ com jeans por 75 euros, uma t-shirt por 25 euros e uma sweatshirt por 60 euros, e é mais do que um sucesso”, explica Christelle à RMC Merter, criadora do a marca.

“Toda a rede se esforçou, reduzimos nossas margens para ter um preço competitivo em relação aos nossos clientes”, completa.

Custos trabalhistas e IVA aumentam preços

“Este é o desafio do salão Made In France, como produzir, como vender a um preço competitivo”, explica o fundador e diretor geral da “Slip français” Guillaume Guibault, que reconhece que a 40 euros a roupa interior, “este não pode ser a roupa interior de todos os franceses” quando apenas 3% das roupas vendidas em França são feitas lá.

Para inverter a tendência e produzir de forma menos dispendiosa, Guillaume Guibault acredita que é preciso trabalhar nos custos laborais. “Este é o assunto porque se o nosso salário mínimo é de 1.700 euros brutos, em Portugal são 700. E no preço de uma peça de roupa é 90% mão de obra”, explica.

Para baixar os preços, Christelle Merter, fundadora da “The Gentle Factory”, gostaria de reduzir o IVA sobre os produtos fabricados em França.

Martin Cadoret com Guillaume Dussourt

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Nicole Leitão

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