Apenas compromisso verbal até agora; “deve ser escrito”.
No seguimento da reunião desta manhã com o Ministro da Saúde, Carlos Cortes informa que o governo está disposto a reabrir as negociações com os médicos sobre questões que permaneceram fechadas – nomeadamente a semana de trabalho de 35 horas.
No final de uma reunião realizada a seu pedido, Cortes sugeriu que o ministério estivesse “aberto às questões relacionadas com a carreira médica”, opondo-se ao facto de muitas das questões discutidas hoje exigem um compromisso por escrito do ministério até o final do próximo mês.
“Na esmagadora maioria dos casos que dizem respeito à Ordem dos Médicos, os prazos são muito limitados. No próximo mês, até ao final do mês, muitas das questões aqui discutidas terão de ser objecto de um compromisso escrito do Ministério da Saúde”, disse, reconhecendo, no entanto, que desta vez “houve uma atitude diferente” do ministério.
Todas as propostas discutidas hoje serão apresentadas aos uma reunião de emergência do Fórum Médico – uma plataforma que reúne todas as organizações médicas – que a Ordem irá programar 12 de outubro em Coimbra.
Um dos temas discutidos durante o encontro de duas horas e meia foi a abertura de processo para uma nova carreira médica: “Este é um pedido médico há vários anos. Devemos ter uma carreira médica que tenha em conta o setor da saúde, da justiça e da defesa (…), sem esquecer que há médicos nos setores público, privado e social”, disse Cortes.
Sobre a falta de recursos médicos no Serviço de Saúde do Estado do SNS, Carlos Cortes também priorizou um plano de atração e retenção de médicos nos serviços públicos: “ Muito pouco, ou nada, foi feito para atrair, reter e reter médicos no SNS.(…) naquilo que deveria ser uma prioridade da reforma do SNS”, sublinhou.
A Ordem também destacou a precisa de melhor treinamento e mais espaço para treinamento no SNS.
Segundo Cortés, cabe agora aos sindicatos negociar com o ministério, enquanto a Ordem negociará com o governo questões que são da sua competência, nomeadamente a formação de médicos.
“Haverá lugar para o diálogo sobre questões sindicais (…) e a Ordem pediu que esse diálogo comece rapidamente e que seja breve e não dure 14 meses como o anterior”, acrescentou.
Questionado sobre o dificuldade atual em responder em serviços de acidentes e emergências – devido à recusa de muitos médicos em trabalhar além das 150 horas extraordinárias anuais a que estão obrigados – Carlos Cortes declarou: “A Ordem não dá resposta aos serviços de urgência. Esta é uma responsabilidade do Ministério da Saúde e do governo. Os cuidados hospitalares são da responsabilidade do governo, que deve criar as condições necessárias para que os seus profissionais, neste caso médicos, possam responder positivamente ao público.”
Fonte: LUSA
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