Ex-primeiro-ministro português Sócrates detido por suspeita de evasão fiscal

A polícia portuguesa prendeu o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates e três outras pessoas suspeitas de evasão fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro Portugalanunciou no sábado, 22 de novembro, o gabinete do Procurador-Geral.

Detido sexta-feira no aeroporto de Lisboa quando regressava de uma viagem a Paris, José Sócrates foi apresentado no sábado a um juiz que o interrogou no âmbito de uma investigação sobre operações bancárias e transferências de dinheiro. prata de origem desconhecida. A investigação foi acompanhada por uma série de buscas.

Pesquisa sobre a compra de um apartamento em Paris

Segundo a comunicação social portuguesa, a justiça está particularmente atenta à compra de um apartamento em Paris, onde o antigo primeiro-ministro português viveu em 2012 para prosseguir os estudos de filosofia na Sciences Po. As dúvidas diriam respeito aos fundos de proveniência dedicados à aquisição do imóvel, estimados em 3 milhões de euros.

José Sócrates, que governou o país entre 2005 e 2011, demitiu-se do cargo de primeiro-ministro em meados de 2011, a meio do seu segundo mandato, depois de ter sido forçado a pedir um resgate internacional para permitir à economia portuguesa superar a crise da dívida em troca de graves medidas de austeridade.

Durante seus seis anos no poder, ele se viu envolvido em diversas polêmicas que mancharam sua imagem, mas sempre caiu nas fendas. O seu nome foi assim mencionado numa investigação por corrupção que remonta ao tempo em que era ministro do Ambiente e tinha dado a sua aprovação à construção, em 2002, de um centro comercial numa área protegida. Mas o caso foi encerrado em 2010.

Socialistas portugueses em apuros

A detenção de José Sócrates constrange o Partido Socialista Português, que lidera as intenções de voto para as eleições legislativas marcadas para 2015. O actual presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, amigo próximo de Sócrates, seria eleito secretário-geral do partido socialista. festa no sábado.

“Estamos certamente todos em choque com a notícia da detenção de José Sócrates”, mas “não devemos confundir sentimentos pessoais de solidariedade e amizade com a acção política do PS que deve ser preservada”, escreveu numa mensagem enviada a ativistas no sábado, instando sua formação de oposição a permanecer focada na “ação política”.

De forma mais ampla, este novo caso desacredita mais uma vez a classe política portuguesa, salpicada por vários escândalos nos últimos meses. A investigação a José Sócrates surge pouco depois da detenção de vários altos funcionários do Estado num caso de corrupção que trouxe à luz práticas ocultistas na atribuição de vistos “dourados”, autorizações de residência reservadas a investidores estrangeiros.

Este escândalo custou nomeadamente o seu lugar ao ministro do Interior do governo de centro-direita, Miguel Macedo, que se demitiu no passado domingo sem ser diretamente alvo da investigação.

Com AFP e Reuters

Nicole Leitão

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