Com roupas casuais, Vitinha acaba de sair do treino desta quarta-feira, 24 de maio. Depois de algumas massagens e um banho, o atacante olímpico (23) falou português por mais de meia hora, apesar de ter muito bom conhecimento e compreensão do francês. Sorridente, confortável e disponível, aquele que ingressou na OM este inverno por 32 milhões de euros (25 milhões de euros + 7 milhões de bónus) jogou o jogo da entrevista com clarividência e regressou à juventude no norte de Portugal, os seus modelos como um centroavante ou mesmo seu espaço para melhorias.
Quais são suas impressões cinco meses após sua chegada?
VITINHA. Minha adaptação foi muito positiva. Já conhecia a França e Marselha, quando era pequeno visitava minha família que morava perto de Lyon. Ouvi pessoas que falavam francês. Quando nasci, meu pai trabalhava na Suíça, então cresci falando francês. Quanto a Marselha e OM, é uma cidade e um clube muito especiais, mas gosto muito disso: Marselha é uma cidade muito bonita numa região muito bonita. A adaptação foi um pouco difícil no começo, mas agora estou bem aqui.
O que mais te marcou quando você chegou?
Quando cheguei me disseram que era uma cidade perigosa e complicada. No começo fiquei um pouco hesitante, mas com o tempo – e não sei se é verdade – vi que não era tão perigoso. Hoje me sinto muito bem em Marselha. Tem muita gente, eu adoro, os torcedores me pedem fotos, isso me deixa feliz.
Como viveu a transição de líder de balneário do Braga para um jogador do OM, entre outros?
Correu bem: sei me comportar bem e ter respeito pelos outros. Foi mais ou menos o mesmo processo em Braga quando entrei na equipa principal (em 2019). Aos poucos vamos nos conhecendo, os jogadores, o staff. Começamos a ganhar cada vez mais confiança. Respeitar o outro era muito importante. Damos o melhor de nós, como jogador e como pessoa. Eu falo em francês com meus companheiros de equipe. Às vezes, eles também podem me traduzir se eu tiver mais dificuldade de entender. Na próxima temporada vou tentar melhorar ainda mais o meu francês.
Como você vê essa posição ofensiva?
Ser atacante é emocionante, eu gosto muito. Se não tem meta, é muito complicado, a gente fica triste, é muito chato porque a gente vive pra isso, é a nossa meta! Atacante é minha posição favorita. Naquela posição, eu não mudaria nada no mundo. Se houver objetivos, está tudo bem.
Quem são seus modelos neste papel?
Claro, Cristiano Ronaldo, e também admiro outro jogador, Rui Fonte (irmão mais novo do defesa José Fonte e atual avançado do Portimonense SC, nomeadamente no Crystal Palace, Espanyol Barcelona,Fulham). Quando regressou a Braga depois da passagem por França (em Lille em 2018-2019), joguei no Sub-23 e passei por um período ruim. Ele veio me perguntar como eu estava. Eu estava com medo de dizer a ele a verdade, então eu meio que menti para ele, dizendo que estava tudo bem. Ele me disse: Não, não, vejo que não está certo. A partir daí ele me ajudou, conversou e me motivou muito. Ele me incentivou: mudou completamente meu humor e consegui voltar à forma.
De quais atacantes que jogam na França e na Europa você gosta?
Tenho vários exemplos, não que jogue como eles, mas os admiro. Robert Lewandowski, Luis Suarez, com quem me identifico bem, ou mesmo Alexis Sanchez. Eu o admirava muito antes de jogar com ele e hoje jogo ao lado dele: é muito positivo. E por último o Rui Fonte porque pude jogar com ele. Se eu pudesse tê-lo comigo todos os dias seria ótimo porque ele me ajudou muito na minha menstruação menor. Ele me corrigia, me dava muitos conselhos: era uma pessoa que significava muito para mim.
É conhecido por ter uma personalidade ensolarada: consegue ter sucesso no OM, no futebol de alto nível, sendo simpático?
Tem que ser simpático quando entra em campo, quando está treinando, mas acima de tudo tem que trabalhar e dar o máximo de si. Se sou uma boa pessoa, devo isso principalmente aos meus pais. Eles sempre me ensinaram que ferir ou passar adiante os outros não leva a lugar nenhum. É um estilo de vida que herdei dos meus pais.
Qual a diferença entre a estreia de Vitinha no Braga e a do OM?
Não há muitas diferenças entre a Vitinha que eu era e a de hoje, como nenhuma outra. Eu amadureci e tenho personalidade, mas acima de tudo há uma diferença como jogador. Mudei muito, passei cinco anos e meio em Braga. É a evolução de um jogador entrando em um time (braga) para um bom jogador que agora quer continuar melhorando.
Como foi a sua infância em Portugal?
Minha família é muito rica em valores, eles me transferiram muito. Meu irmão e eu nunca quisemos nada. Minha família sempre me apoiou no meu projeto futebolístico. Passei quatro cinco anos numa escola que era do Benfica, perto da aldeia onde vivia (Grutas, a 50 km de Braga). Meus pais pagaram por esse treinamento e equipamentos, embora não tivessem grandes recursos financeiros. Eles fizeram o possível. Hoje eu tento devolver a eles o que eles me deram.
Você estava na sua zona de conforto em Braga. Era hora de descobrir algo diferente?
Sim claro ! Mudar de clube e vir para o OM foi uma oportunidade muito boa porque continuei a desenvolver-me, a trabalhar, como jogador e como pessoa. Descubro outro campeonato e time. Continuo trabalhando para ficar cada vez melhor.
Onde está o seu espaço para melhorias?
Sinceramente, ainda tenho muito a melhorar porque comecei tarde no Braga, tinha 17-18 anos. Dos 18 aos 23 anos já evoluí bem, evoluí bem, mas ainda tenho muito espaço. O que não fiz antes dos 17-18 anos, ainda posso compensar.
Quais são seus objetivos na OM?
Juntos significa alcançar nossos objetivos, trabalhando ao máximo. Individualmente continuo me aprimorando, ajudando meus companheiros e marcando gols. É um objetivo coletivo e individual. Mais uma vez gostaria de agradecer a confiança que o clube me dá.
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