“Sempre fui fã de motocross e fazia isso quando era jovem!” diz Sébastien Duviler, 39, para explicar por que ele escolheu em abril de 2016 para sair “uma caixa de 40 000 pessoas no departamento de TI” para constituir um negócio de aluguer de scooters, motos, quads, jet-skis e bicicletas elétricas em Olhão, uma praia do Algarve. Mas é sobretudo porque com a sua companheira, Séverine Avouain, tiveram um filho, Raphaël, em setembro de 2015:
Eu era diretor de desenvolvimento e passava meu tempo em aviões quando queria ver Raphaël crescer.
A esse desejo somou-se o fato de que, à frente de eventos de uma grande empresa americana, a futura mãe se viu diante de uma demissão – e de uma escolha. “Já pensávamos em montar um negócio em Portugal, mas sim no final da carreira, quando já teríamos passado dos cinqüenta anos”, confia os trinta e poucos anos. A oportunidade se apresentou um pouco antes do esperado… “Quando me ofereceram outros cargos na empresa, o meu patrão disse-me: vai, vai para Portugal. foi um sinal : vsera a hora certa!”
Uma escolha de estilo de vida com menos restrições
A escolha de Portugal não foi por acaso. O casal já tinha comprado casa de férias em Olhão algum tempo antes. E aí, impossível alugar uma scooter, uma moto ou uma bicicleta… Conclusão:
Íamos três ou quatro vezes por ano e queríamos instalar-nos para mudar de vida e ter menos constrangimentos.”
Os dois franceses reinventaram-se desde então… como empresários do turismo. Uma atividade em plena expansão num país cada vez mais apreciado pelo seu estilo de vida descontraído, pelo seu clima e pela sua segurança. “E funciona!” alegra o novo patrão da Relax Alugar.
Tanto que o casal, que havia economizado para uma futura expatriação, também comprou um apartamento à beira-mar para alugá-lo, sem contar um terreno de um hectare onde já começaram as obras de quartos para hóspedes.
A casa de hóspedes, que fornecerá serviços topo de gama, estará pronta para a época turística de 2018. Séverine será a responsável pela gestão deste novo negócio, habituada como estava a gerir grandes orçamentos de eventos.
Atualmente, Séverine está se concentrando no site da pousada, bem como em marketing e publicidade para divulgar o local. “Além disso, muitos turistas, na locadora onde já voltam, nos perguntam quando vai abrir a pousada!” Já Sébastien, que adora cozinhar, conta com sua table d’hôtes para seduzir os franceses.
Perda de renda compensada pela qualidade de vida
A locadora de duas rodas ainda não gera renda suficiente para garantir dois salários ao casal. Mas, “pelo custo de vida lá, que é mais baixo do que na França, principalmente em serviços e alimentação, não é tão ruim assim. É uma escolha de estilo de vida”, garante o novo expatriado.
Até porque as vantagens do país compensam. “Trezentos dias de sol por ano aumentam o moral!” Séverine também aprecia o fato de as escolas estarem abertas em horários longos, sem falar em todas as atividades extracurriculares das quais seu filho se beneficia: esportes, canto, dança, tudo isso na maioria das vezes fora. Outra vantagem:
Em Portugal, as crianças aprendem inglês a partir dos 3 anos. Raphaël será, portanto, trilingue em breve. Um trunfo importante em comparação com as crianças francesas.”
Tomada de risco limitada
Basta dizer que o casal não se arrepende de ter assumido riscos. “Foi tudo muito simples : como éramos proprietários no local, já tínhamos conta em banco.” “O alvará de construção da casa de hóspedes demorou muito, mas é sobretudo porque as autoridades portuguesas não querem repetir os erros do passado em Espanha, com uma betonagem frenética à beira-mar”, levanta Sebastião.
Mas atenção, tempera Séverine: se cada vez mais as imobiliárias incluem nos seus serviços serviços adicionais para os recém-chegados, na forma, precisamente, de facilitar a abertura de uma conta bancária ou o contacto com as administrações,
alguns profissionais aproveitam para inflacionar os seus preços e as administrações locais ficam um pouco sobrecarregadas com a afluência de estrangeiros”.
Antes de os municípios se adaptarem com mais quadros, os candidatos à aventura portuguesa devem, por isso, mostrar um pouco de paciência.
Cada vez mais francês no local
“Antes, o arquiteto do município tinha que estudar 30 arquivos. Hoje ele tem 200”. continua Severino. Especialmente projetos de casas de hóspedes. Como exacerbar a concorrência? O casal francês não está preocupado. Os turistas franceses são cada vez mais numerosos em Olhão e poucos estabelecimentos os acolhem na sua língua. “E muito perto da praia, e mais”, acrescenta o especialista em marketing.
Argumento confirmado pelo chefe da loja Relax Alugar. Sébastien conduz os seus negócios principalmente em inglês com os turistas que tradicionalmente vêm ao Algarve: ingleses, holandeses, alemães, mas…
… ultimamente, também tenho visto muitos franceses, que estão encantados por poder me tratar em seu idioma”.
Como na década de 1960
Quanto aos portugueses, receberam o casal francês com “muita simplicidade e gentileza, ajudando a gente na escolinha do pequeno, por exemplo”. Desde então, entre jogos de petanca e noites de churrasco, os laços foram forjados.
Esta vida de aldeia, estas relações simples e verdadeiras são sem dúvida o que o casal mais aprecia na sua expatriação para Portugal. Com a qualidade de vida, feita de mais tempo livre. “Tiramos um ou dois meses de férias por ano”, diz Severino. “Imagino que os anos 1960 foram assim na França. Enquanto tudo mudou, principalmente na região de Paris, onde morávamos”, avança ao seu lado Sébastien.
Basta dizer que nenhum deles se arrepende da decisão tomada no inverno de 2015-2016. “A economia portuguesa vai bem e o turismo ainda melhor”, continua o ex-diretor de desenvolvimento. Conta com o novo aeroporto que em breve estará ao serviço de Faro para lhe trazer ainda mais clientes de toda a Europa. E está satisfeito por ter feito as aquisições de imóveis no momento certo, pois os preços não param de subir:
Compramos nossa primeira casa há quatro anos e ela vale 15 a 20% a mais hoje.”
O casal está, portanto, encantado por ter escolhido a expatriação no momento certo e por levar uma vida ativa, certamente, mas tranquila. “Você não precisa ser rápido aqui!” confirma Sébastien entre a praia, novos amigos e vida familiar. Obviamente, o fã de motocross agradece.
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