O Governo português anunciou quinta-feira a nacionalização da empresa industrial Efacec, em dificuldades desde que os bens da sua principal accionista, a empresária angolana Isabel dos Santos, foram congelados no âmbito do processo da “Luanda Vaza”.
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O Conselho de Ministros tomou esta decisão porque o grupo “está em um impasse” devido a problemas com seus acionistas “desde o caso Luanda Leaks no ano passado”, explicou Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia. O governo, que deseja reprivatizar o grupo “O mais breve possível”, já recebeu “várias ofertas”, precisou o ministro durante uma conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros. O decreto foi emitido pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, que justifica esta suposta decisão “para salvaguardar o interesse público nacional” de um grupo que emprega cerca de 2.500 pessoas.
A Efacec Power Solutions está presente nos setores da energia, mobilidade elétrica, engenharia e transportes. A empresa, também presente em África, tinha faturado 433,2 milhões de euros em 2018, de acordo com a última informação disponível no site do grupo. Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, é suspeita pelos tribunais angolanos de grande desvio de fundos públicos, recentemente estimados em 5 mil milhões de dólares. O bilionário negou essas acusações, denunciando um acerto de contas “política”.
“Sifou os cofres do país”
Em Dezembro, um juiz civil de Luanda ordenou o congelamento das contas bancárias e dos bens de Isabel dos Santos e do seu marido, nascido no Congo, Sindika Dokolo, em várias empresas angolanas. Um mês depois, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) publicou uma investigação, a “Luanda Vaza”que o acusa com base em documentos piratas de ter “sufou os cofres do país”. No processo, a justiça portuguesa, por sua vez, congelou as suas contas e alguns dos seus bens em Portugal, onde investia em várias empresas.
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