Portugal anunciou na quarta-feira que o fundo de private equity alemão Mutares compraria sua participação de 71,7% na deficitária fabricante de equipamentos elétricos Efacec, que pertencia à bilionária angolana Isabel dos Santos e foi nacionalizada em 2020.
O ministro da Economia, António Costa Silva, que anunciou Mutares como vencedor da licitação, não deu detalhes financeiros, mas disse que “o Estado poderá recuperar grande parte, senão a totalidade, do investimento” que fez na Efacec.
A holding estatal Parpublica disse em abril que os fundos de private equity Mutares, Oaktree (EUA) e Oxy Capital (Portugal), bem como um consórcio de propriedade do conglomerado português Visabeira e da fornecedora de automóveis Sodecia, apresentaram propostas vinculativas.
“A proposta (de Mutares) foi minuciosamente analisada”, disse Silva aos jornalistas: “Ela garante a continuidade da Efacec, preserva a força de trabalho e minimiza os encargos para o Estado.
O Estado português apoiou financeiramente a Efacec com cerca de 217 milhões de euros (232 milhões de dólares), dos quais 132 milhões de euros na forma de injeções de dinheiro para manter a empresa em funcionamento, o restante na forma de garantias do governo para empréstimos pendentes.
Silva disse que o acordo deve ser concluído “nos próximos dois meses”, uma vez que todos os obstáculos sob as regras de ajuda estatal da UE tenham sido removidos.
Portugal adquiriu uma participação majoritária na Efacec Power Solutions, que fabrica e instala componentes elétricos, em julho de 2020, depois que a senhora dos Santos, filha do falecido presidente angolano José Eduardo dos Santos, se tornou suspeita em uma investigação de fraude em Angola e teve suas contas bancárias em Portugal apreendidos.
Dos Santos, que comprou a sua participação na Efacec em 2015 por cerca de 200 milhões de euros através da empresa offshore Winterfell 2 Limited, negou repetidamente quaisquer acusações e os seus advogados descreveram as acusações contra ela como parte de uma “conspiração política”.
O governo disse que a Efacec, que emprega mais de 2.300 pessoas em Portugal, é crucial para o país, especialmente por seus projetos inovadores de engenharia, particularmente em energia e mobilidade elétrica.
A última vez que a Efacec divulgou as suas contas foi em 2020, quando registou um prejuízo de 73,4 milhões de euros e tinha uma dívida bruta pontual superior a 180 milhões de euros. (US$ 1 = 0,9341 euros) (reportagem de Sergio Gonçalves; texto de Inti Landauro e Alexander Smith)
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