Matthieu Robin, gerente de projetos bancários e de seguros do UFC-Que Choisir, convocou os bancos no franceinfo na quarta-feira, 9 de março, para “jogando o jogo da solidariedade”com uma diminuição nas suas taxas de transferência bancária para a Ucrânia.
franceinfo: O que essas taxas de transferência bancária representam hoje?
Mateus Robin: Devem ter em conta que os 12 mil milhões de euros enviados da União Europeia para a Ucrânia este ano trarão enormes benefícios para as instituições financeiras. Isso representou 900 milhões de euros em contas em 2020, quase o dobro da ajuda humanitária que a União Europeia está alocando à Ucrânia hoje. Estes são os custos de troca e transferência. Uma transferência de um banco na França para a Ucrânia custa 30 euros. Custa 5 euros se o fizer através de uma empresa de transferência de dinheiro. Os consumidores não podem exercer a concorrência em tais situações. Por esse motivo, gostaríamos que as instituições financeiras se comprometessem a reduzir seus preços rapidamente para que esses valores beneficiem os ucranianos que mais precisam deles.
É necessário um gesto excepcional neste período excepcional para a Ucrânia?
Precisamente. Na França, foram cobrados cinco milhões de euros em custos de transferência de dinheiro em 2020. Se essas taxas fossem abolidas, cada família francesa custaria menos de 20 centavos. Há um tópico hoje sobre o alto custo dessas taxas de transferência e a capacidade de as instituições financeiras jogarem o jogo da solidariedade baixando seus preços. Já cinco bancos europeus optaram por baixar ou abolir as suas taxas: este é o caso até abril de vários bancos em Portugal, Lituânia e Irlanda. É possível.
Quem essas taxas de transferência pesam hoje?
Diz respeito a todas as formas de solidariedade, em primeiro lugar aos consumidores que vivem na União Europeia e querem ajudar os seus familiares na Ucrânia a fugir ou a permanecer no país. Também diz respeito aos refugiados que às vezes precisam transferir dinheiro para suas famílias que ficaram lá por escolha ou coerção. Há uma necessidade urgente de reduzir essas taxas. O Banco Mundial estima que, se os custos de transferência caíssem 30% para a Ucrânia, seriam 350 milhões de euros em ajuda adicional de que o país poderia se beneficiar. São montantes substanciais, sobre os quais não é necessária transparência. Em caso de emergência, solicitamos que as tarifas sejam reduzidas.
O que os bancos te respondem, pedem ajuda das autoridades?
É por isso que o Presidente da República, que é actualmente também Presidente do Conselho da União Europeia, foi convidado a colocar na agenda do Governo esta situação extremamente grave, à qual o Governo, as instituições públicas e financeiras devem dar uma rápida e resposta eficaz a estes consumidores.
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