Montluel. Confinada em Portugal apesar da vacina, a sua estadia transforma-se num pesadelo

Margot Pastor, uma estudante do ensino médio de Montluel, organizou uma estadia de três semanas em Lisboa. Mas um caso positivo foi detectado em seu grupo. Desde então, enquanto ela está vacinada e negativa, as condições de confinamento têm sido muito difíceis de engolir.


Serge SPADILIERO
29 de julho de 2021 às 23h09

Seu quarto de hotel parece uma prisão. Margot Pastor só consegue abrir a janela pela metade, e a porta é aberta algumas vezes ao dia para deixar escapar suas refeições. Proibição de ver qualquer pessoa. “Você vai colocar a bandeja na frente da porta”, disse laconicamente para ela, quarta-feira à noite, a única pessoa que viu do dia.

Estudante do ensino médio em La Boisse, Margot costuma morar em Montluel. Madura e autônoma, ela mesma escolheu sua viagem com a organização Education First (EF), especializada em estadias de idiomas para estudantes e adolescentes. Três semanas em Lisboa para treinar o seu inglês e desfrutar de Portugal com um grupo de cerca de trinta franceses e belgas, o sonho. Chegada domingo, 18 de julho, os primeiros cinco dias são ideais: aulas de idiomas, praia, visitas…

Um caso positivo…

Mas na sexta-feira, dia 23, ou ainda na véspera após um dia de praia: “As pessoas sentiram-se mal”, diz Margot, foi detetado um primeiro caso positivo. A partir daí todos fizeram o teste antigênico, inclusive os nossos dirigentes (os supervisores da EF, que são três, Ed.). E todos estavam confinados…

Já se passaram quase oito dias desde que a esportiva Margot, que costuma correr dia sim, dia não, gira como um urso em uma gaiola sozinha em seu quarto, com vista para os “atrás dos prédios”, como ela diz, sem poder ir “respirar ar fresco”. Em confinamento em França: “Ainda podíamos sair com o nosso cão ou ir ao jardim! “, enfurece seu pai, que permaneceu em Montluel. “Tem moleque que vai querer pular da janela”, teme, mais alarmista que a filha.

“Ela está a aguentar, vai aguentar, mas ninguém me avisou, além da minha filha, não sabemos de nada. É incrível estar vacinada, e bloqueada. “Em vez de três semanas ao sol lusitano, é TV série e redes sociais: “É impensável como situação, somos um grupo de 12 a 18 anos, e estamos trancados em nossos quartos!», lamenta Margot. Sua namorada lhe envia Snaps onde ela chora por causa da comida, seus supervisores fazem o melhor que podem, e a Education First enviou funcionários para apoio.O mais irritante é que Margot apresenta “um calendário de vacinação completo”, como ela diz, e que ela testou negativo.

Contenção estrita

Sim, mas é a lei, lembram-nos a EF e a Embaixada de França em Portugal, é preciso cumpri-la, sem exceção. Os pais vieram da França buscar os filhos, mas Margot não sabe como isso aconteceu. Se ela saiu, é multa de 3.000 euros e reconfinamento sabe-se lá onde.

Mas dada a situação na península, esta viagem, inicialmente prevista para Malta, não deveria ter sido cancelada? “Os problemas de contenção representam apenas 4% de todos os nossos viajantes em todo o mundo”, responde o organizador. “Mas continuamos focados na parte da saúde”. E este não é o momento de abordar a questão de qualquer compensação.

A data de 3 de agosto está prevista para um retorno, prevê Margot, mas nada é certo. A embaixada, por outro lado, responde que deve cumprir rigorosamente as regras das autoridades portuguesas. Nenhuma repatriação antecipada, portanto, que seria por motivos médicos e seria paga pelos pais e seus seguros.

Isabela Carreira

"Organizador sutilmente encantador. Ninja de TV freelancer. Leitor incurável. Empreendedor. Entusiasta de comida. Encrenqueiro incondicional."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *