(Caracas) O oponente venezuelano Juan Guaidó foi “obrigado” na noite de segunda-feira a deixar a Colômbia, poucas horas depois de anunciar sua chegada ao país para uma conferência internacional sobre a Venezuela, segundo fontes concordantes.
Bogotá o “obrigou” a sair, disse uma fonte da oposição que pediu anonimato, acrescentando sem dar mais detalhes que o adversário estava em um “voo comercial” para “os Estados Unidos”.
As autoridades colombianas, que falaram de uma “entrada imprópria” no país, disseram que Guaidó foi “levado ao aeroporto El Dorado (Bogotá)”, segundo um comunicado divulgado à noite.
Por iniciativa do presidente colombiano, Gustavo Petro, cerca de 20 países, entre eles Estados Unidos e França, deveriam se reunir em Bogotá na terça-feira para tentar retomar as negociações que começaram na Cidade do México em agosto de 2021, mas estão paralisadas. desde novembro. No entanto, nem a oposição nem as autoridades venezuelanas foram convidadas.
“Acabo de chegar à Colômbia, como milhões de venezuelanos fizeram antes de mim, a pé”, escreveu nas redes sociais Guaidó, que assim se refere aos 7 milhões de venezuelanos que fugiram do país devido à crise económica e política.
Guaidó não especificou como cruzou a fronteira, mas é muito fácil atravessá-la em Cucuta, no nordeste da Colômbia, na fronteira com o oeste da Venezuela.
O adversário está oficialmente proibido de deixar o território e é alvo de diversos processos da justiça venezuelana, inclusive um por “traição”.
Visite “tolo”
O chanceler colombiano, Alvaro Leyva, havia lembrado à imprensa que Guaidó não foi convidado para a conferência e sublinhou: “Se ele não comparecer [aux services de police]ele corre risco porque entrou de forma inadequada”.
Em sua declaração, Guaidó “espera que a cúpula possa garantir que o regime de Maduro volte à mesa de negociações no México e que um cronograma confiável para eleições livres e justas seja acordado como solução para o conflito”.
Guaidó, candidato às primárias da oposição para a eleição presidencial de 2024, havia sido reconhecido como “presidente interino” pelos Estados Unidos entre janeiro de 2019 e 2023. Ele havia se declarado presidente após a disputada reeleição em 2019 por Maduro em votação boicotada pela oposição.
A Colômbia era o principal aliado de Guaidó na região quando era presidido pelo antecessor de Petro, o conservador Ivan Duque, que havia rompido relações diplomáticas com Maduro.
Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, se aproximou de Caracas, restabelecendo relações diplomáticas e se envolvendo no processo de negociação política na Venezuela. Na quinta-feira passada, ele pediu ao presidente dos EUA, Joe Biden, que suspendesse gradualmente as sanções contra a Venezuela.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que também não foi convidado, descartou a importância da conferência na televisão pública: “Se alguém entre [eux] aspira que as negociações […] volte para o méxico, faça apenas uma coisa […] : exigir que os Estados Unidos depositem os 3,2 bilhões de dólares em contas bancárias […] para o plano social assinado no México em novembro”.
Refere-se ao pagamento de verbas congeladas por sanções internacionais, e que seriam destinadas a programas sociais conforme acordo entre o poder e a oposição em novembro.
Maduro também criticou a visita de Guaidó, chamando-a de “extemporânea, inoportuna”. […] e estúpido”.
“Aficionado por viagens. Nerd da Internet. Estudante profissional. Comunicador. Amante de café. Organizador freelance. Aficionado orgulhoso de bacon.”