Na segunda-feira, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva prometeu restaurar a estabilidade e a credibilidade e convidou empresas portuguesas e outras a fazerem parcerias com negócios em seu país em um esforço para atrair novamente investidores estrangeiros cautelosos.
“O Brasil está pronto para se tornar um grande país novamente”, disse Lula a líderes empresariais na cidade de Matosinhos, no norte de Portugal. “O Brasil está pronto para voltar a ser um país atrativo.
O presidente de esquerda Lula chegou a Portugal na sexta-feira para uma visita de cinco dias, sua primeira visita à Europa desde que assumiu o cargo, e está tentando acalmar as preocupações dos investidores sobre suas ambiciosas metas de gastos sociais.
Falando no evento em Matosinhos, que também contou com a presença do primeiro-ministro português, Antonio Costa, e outras autoridades do governo, Lula disse que o Brasil precisa de estabilidade política, social e judicial para atrair capital estrangeiro.
“Sem isso, nenhum investidor colocará dinheiro em outro país”, disse, criticando o ex-presidente Jair Bolsonaro por manter o Brasil “isolado do mundo” durante seus quatro anos no poder.
Ele disse que há oportunidades de investimento estrangeiro em vários setores, incluindo projetos de energia renovável, e que o Brasil busca parcerias, destacando o acordo entre a fabricante brasileira de aeronaves Embraer e a empresa aeroespacial portuguesa OGMA para construir aeronaves aprovadas pela OTAN.
As agências de comércio e investimento dos dois países, AICEP de Portugal e APEX do Brasil, assinaram um acordo de cooperação.
Lula reiterou suas críticas às taxas de juros brasileiras, dizendo que os custos dos empréstimos locais são excessivos.
“A taxa de referência hoje é de 13,75% e ninguém está pegando dinheiro emprestado a 13,75%”, disse Lula.
Lula e outros políticos pressionaram o banco central independente a cortar as taxas de juros, que atualmente estão no nível mais alto em seis anos, mas o governador bancário Roberto Campos Neto defendeu suas ações, chamando-as de técnicas, não políticas.
Lula também reafirmou que seu governo não venderia empresas públicas.
“Nos últimos seis anos, o Brasil vendeu muitos bens públicos, não para construir outros bens, mas simplesmente para pagar os juros da dívida nacional”, acrescentou Lula, criticando principalmente a privatização da Eletrobras. A maior empresa de serviços públicos da América Latina, a Eletrobras, foi privatizada pelo governo Bolsonaro em junho de 2022, quando o governo diluiu sua então participação majoritária na empresa em uma oferta de ações de US$ 6,9 bilhões. .
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