Acionistas da Stellantis validam remuneração de Carlos Tavares

Aproveitando os excelentes resultados do grupo automóvel, a remuneração do director-geral português poderá chegar aos 23,5 milhões de euros, caso Carlos Tavares cumpra todos os objectivos traçados pela empresa. Na assembleia geral anterior, em abril de 2022, mais de metade dos acionistas tinha votado contra a política de remuneração do novo grupo franco-ítalo-americano, nascido em 2021 da fusão da Peugeot-Citroën e da Fiat-Chrysler. Desde então, a Stellantis os consultou: eles criticam a falta de transparência e alguns bônus não vinculados aos resultados.

Na quinta-feira, durante a AGO de 2023 em Amsterdã, a remuneração dos executivos para 2022 foi validada por quase 80% dos acionistas, em um voto puramente consultivo. Os acionistas também validaram, mas com uma maioria muito estreita (51%) os mais de 51 milhões de euros já pagos ao americano Richard Manley, ex-director-geral da Fiat-Chrysler, em particular pelo seu contributo para a fusão. O presidente da Stellantis, o ítalo-americano John Elkann, cujo fundo familiar Exor é o maior acionista da Stellantis à frente da família Peugeot, receberá 5,8 milhões de euros para 2022.

“Reconhecemos que a remuneração é uma questão importante, sensível e complexa”, Wan Ling Martello, ex-executivo da Nestlé que preside o comitê de remuneração da Stellantis, em carta aos acionistas. “Mas sentimos também a necessidade estratégica de reter e atrair líderes de classe mundial, num contexto de competição internacional”, apontou a Sra. Martello. O grupo apontou que a remuneração do Sr. Tavares era “em linha com os seus pares” (ou seja, 24 multinacionais europeias e americanas, da Boeing à Volvo) e que dois mil milhões de euros foram redistribuídos aos trabalhadores.

Marco Soares

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