Em Portugal, uma nova Agência para as Minorias, Migração e Asilo vai substituir o Serviço de Estrangeiros e Estrangeiros (SEF) e o Alto Comissariado para as Migrações, decidiu o gabinete esta quinta-feira (6 de abril).
“O gabinete aprovou hoje a criação da Agência Portuguesa para as Minorias, Migrações e Asilo (APMMA), que sucederá ao Serviço de Estrangeiros e Migrações (SEF) e ao Alto Comissariado para as Migrações em matéria de acolhimento e migração”, anunciou quinta-feira a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Durante o Conselho de Ministros, este último também aprovou o decreto-lei que vai regulamentar o regime de transição dos trabalhadores do SEF, que, segundo a Dra. Vieira da Silva, visa garantir os direitos dos trabalhadores, “transições de carreira e reposicionamento salarial”.
Sobre a nova agência, para a qual está previsto um período de transição de seis meses, a vice-ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, explicou que a sua criação representou uma mudança de paradigma na política migratória em Portugal.
“Em última análise, por um lado, separa esta política da polícia — que terá o seu papel — e, por outro, define qual deve ser a visão da política de acolhimento e integração nesta nova agência”, ela adicionou.
É por isso que a APMMA fará parte do Alto Comissariado para as Migrações para garantir uma admissão mais rápida e uma melhor recepção dos migrantes.
“A agência tem ainda competências na área da proteção humanitária e responsabilidades na política de asilo, na definição e aproximação das políticas migratórias a nível europeu”, Mendes acrescentou, insistindo que a mudança significa “uma visão mais humanista, mais solidária e mais flexível para quem aqui chega”.
“Muitos postos do SEF vão continuar anexos à agência de forma a garantir a proximidade em todo o território”, ela adicionou.
A Dra. Mendes explicou ainda que com a integração do Alto Comissariado para as Migrações na APMMA, o “Programa Escolhas”, que visa o combate à delinquência juvenil e à exclusão social de crianças e jovens, será transferido para o Instituto Português da Juventude.
O anterior governo decidiu pela reestruturação do SEF e aprovou-a no parlamento em novembro de 2021, depois de a ter adiado duas vezes.
O processo tinha sido adiado em novembro do mesmo ano, para maio de 2022, devido à pandemia, na sequência de proposta do PS, e novamente adiado pelo atual governo para finais de abril de 2022.
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