A múmia mais antiga já descoberta tem 8.000 anos

Fotografias não reveladas da década de 1960, bem como o exame de sepulturas no sul de Portugal, revelam a presença de um indivíduo mumificado. Os membros dela teriam sido ligados e essa múmia de 8.000 anos seria a mais antiga conhecida no mundo.

Quando foi o primeiro vestígio doespéciesespécies humano? Quando foram inventados os primeiros ritos fúnebres e como eram? Estas questões relativas às origens da biologia e da cultura humana permitem a muitos satisfazer, senão questões existenciais, a sua curiosidade pessoal. Os ritos funerários diferem consoante as culturas e são moldados ao longo do tempo pelas crenças das populações mas também pela geografia e pela climaclima fundos. As múmias humanas estão entre os restos arqueológicos mais fascinantes porque sua descoberta é muitas vezes fortuita e as características de algumas delas são preservadas de forma tão incrível que as pessoas quase parecem estar dormindo.

Um indivíduo amarrado, mumificado e depois enterrado

Há quase 60 anos, o arqueólogo português Manuel Farinha voltarvoltar Santos fotografou os corpos em túmulos no sul de Portugal que datam de 8.000 anos. No entanto, alguns de seus fotografiasfotografias não foram desenvolvidos e seu desenvolvimento recente, bem como a análise dos túmulos, permite aos arqueólogos afirmar que um dos corpos enterrados foi mumificado.

Segundo os arqueólogos, essa prática também teria sido aplicada a outros corpos na mesma área e poderia ter possibilitado seu transporte antes de enterrá-los. Os arqueólogos também conseguiram determinar que o corpo havia sido mumificado devido à posição dos ossos do esqueleto, porque este último não apresentava uma configuração natural. Os membros foram de fato flexionados além de seus limites naturais, sugerindo que foram amarrados e mantidos em vigor nessas posições. A ausência de decomposição do corpo ligada à mumificação também é corroborada pelo fato de que os pequenos ossos que compõem o pé, por exemplo, permanecem na configuração anatômica após 8.000 anos.

A descoberta desta múmia portuguesa é surpreendente por duas razões principais. A primeira é que as “múmias” estão associadas principalmente às culturas egípcia e inca e são pouco conhecidas, principalmente na Europa. Além do fato de que a mumificação era muito comum nessas duas últimas culturas em comparação com outras, é importante considerar que existe um viés ambiental na descoberta de múmias.

A preservação deste último é particularmente favorecida em ambientes desérticos e secos que assim permaneceram ao longo dos últimos oito milênios. A presença de múmias na Europa é, por isso, muito rara e a múmia portuguesa oferece assim uma nova perspetiva sobre os ritos funerários das populações desta zona. O segundo aspecto surpreendente desta descoberta, finalmente, diz respeito à idade da múmia, porque excede a de todas as múmias conhecidas e, em particular, as múmias do antigo Egito, que datam de cerca de 4.500 anos atrás.

Marco Soares

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