Igreja toma medidas para combater o abuso sexual

Uma Comissão Nacional coordenará grupos de trabalho em nível local para “harmonizar métodos e entender melhor esse fenômeno ao longo do tempo”.

A Igreja portuguesa vai criar uma comissão nacional para estudar a questão da violência sexual no “menores e adultos vulneráveise acompanhar as vítimas dentro da instituição católica, anunciou quinta-feira a conferência episcopal portuguesa.

«não temos medodeste tema, disse Dom José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), durante uma conferência de imprensa. Os bispos portugueses, que afirmam em nota de imprensa que tomam “a questão do apoio e acolhimento às vítimas” para “sério“, registou a criação desta comissão no final de uma assembleia episcopal que se realiza desde segunda-feira em Fátima (centro), local elevado de peregrinação católica.

Este comitê, que coordenará grupos de trabalho em nível local, permitirá “harmonizar métodos e entender melhor esse fenômeno ao longo do tempoexplicou Dom Ornelas. “Queremos que esta comissão chegue ao fundo das coisas» e que permite ter um «dimensão clara desta situação“, sublinhou.

Uma investigação independente exigiu

Várias personalidades dirigiram uma petição esta semana à conferência episcopal para exigir uma investigação independente sobre os abusos sexuais dentro da Igreja, semelhante ao que foi realizado na França. A Igreja francesa criou uma comissão independente sobre pedocrime que identificou pelo menos 216.000 vítimas de clérigos (padres ou diáconos) ou religiosos na França desde 1950. Na Alemanha, o clero financiou um estudo que revelou 3.677 casos entre 1946 e 2014.

O facto de haver poucas reclamações em Portugal”não pode ser um argumento” para não agir, acreditam os portugueses signatários desta carta aberta. Se a Igreja não lançar este “investigação completa e independente“Pode ser visto como um desejo de esconder alguma coisa”, disseram.

As comissões diocesanas já instaladas localmente e responsáveis ​​pelo acompanhamento das questões de abuso sexual são “compostas por muitos leigos”disse Dom Ornelas, acrescentando que desfrutaram de um “liberdade” no “busca intransigente da verdade”.


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Chico Braga

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