Em Portugal, centenas de comboios foram cancelados desde sexta-feira devido a uma greve dos ferroviários. Os grevistas exigem um prêmio de poder de compra para lidar com o aumento dos preços.
Dos 427 comboios programados para circular até às 10h00 (11h00 em Paris), 278 foram cancelados na segunda-feira, segundo um relatório dos Caminhos-de-Ferro de Portugal (CP). No entanto, um serviço mínimo, correspondente a 25% dos comboios programados, tem permitido limitar o impacto deste movimento.
Desde o primeiro dia de greve, na sexta-feira, esta greve já provocou a retirada de mais de 1.100 comboios, segundo a CP. Este movimento de ferroviários vai afetar o tráfego ferroviário nos “dias anteriores e posteriores aos períodos de greve”, bem como no dia 1º de janeiro, alertou a empresa ferroviária.
Outros setores entraram em greve no fim de semana
“Sabemos que é impossível compensar a perda de poder de compra”, mas “pedimos um prémio que nos possa ajudar” a fazer face à subida dos preços este ano, explicou António Pereira, responsável da televisão pública RTP, do Sindicato Independente dos Ferroviários (SINFB), um dos oito que convocaram essa mobilização. Segundo o sindicalista, que não descarta novas movimentações no ano que vem, o número de grevistas subiu para “quase 80%” nesta segunda-feira.
Além dos ferroviários, outros setores também reivindicam aumentos salariais. Funcionários de call centers ou de distribuição e comércio também fizeram greve no fim de semana.
“A inflação atingiu um nível não visto em três décadas”, reconheceu o primeiro-ministro socialista, Antonio Costa, em sua mensagem de Natal na noite de domingo. Ele prometeu fazer todo o possível para continuar a apoiar as famílias e a economia.