O Ministério dos Transportes português e a autoridade aeronáutica bloquearam a possibilidade de a Ryanair oferecer três rotas de Portugal para Marrocos, cancelando os voos de cerca de 3.000 passageiros que tiveram de sair de Lisboa.
A Ryanair disse em comunicado que esta decisão portuguesa viola o acordo de céu aberto assinado entre Marrocos e a União Europeia há mais de três anos.
A inusitada decisão portuguesa surge depois de a companhia aérea irlandesa acusar o governo de Lisboa de proteger a companhia aérea pública Tap ao recusar os slots da Ryanair a operar no aeroporto da capital. Os voos cancelados não têm nada a ver com esses slots e foram programados normalmente.
Os voos cancelados -e vendidos pela empresa- são os que cobrem as rotas de Lisboa a Agadir, de Lisboa a Fez e de Lisboa a Marraquexe. Os serviços afetados são os da primeira das rotas de 31 de outubro, 1, 3 e 5 de novembro, bem como as de 31 de outubro e 4 de novembro para Fez e 1 e 4 para Marrakech.
O Governo português não tinha respondido à altura da redacção desta nota.
O diretor comercial da Ryanair em Portugal disse à imprensa que “é inacreditável que o governo português tenha feito cumprir estes cancelamentos de voos. A Ryanair já tinha os direitos de tráfego para estes voos, que já fazemos há três anos. Não há razão para esta medida que seja claramente contrária à lei europeia.”
É muito provável que a Ryanair entre com uma ação judicial pelos danos causados e, se não houver dados ocultos e as coisas forem como a companhia aérea explicou, há uma boa chance de os tribunais concordarem com eles.
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